Da Redação (*)
Brasília – A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados
(Abrafrutas) participou, nesta segunda-feira (14), em Brasília, da cerimônia de inauguração da rota marítima direta entre o Porto de Gaolan (Zhuhai), no sul da China, e os portos brasileiros de Santana (AP) e Salvador (BA). A entidade foi representada por presidente da entidade, Guilherme Coelho, que destacou o entusiasmo do setor com a nova conexão logística.
“Essa rota era tudo o que os produtores de uva e melão precisavam para começar a exportar com força para a China. Estamos muito entusiasmados com essa nova etapa que vai transformar a presença da fruticultura brasileira no mercado asiático”, afirmou Coelho ao final do evento.
A cerimônia contou com a presença de autoridades dos dois países, como representantes do governo popular municipal de Zhuhai, da Embaixada da China no Brasil, do governo brasileiro, além do Grupo Parlamentar Brasil-China da Câmara dos Deputados.
A nova rota é reflexo do fortalecimento das relações entre Brasil e China, intensificadas com a visita oficial do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil no final de 2024. Na ocasião, foi anunciada oficialmente a abertura do mercado chinês para a uva brasileira, um marco para a fruticultura nacional e resultado de anos de negociação técnica e diplomática.
China considera nova rota mvimento estratégico
O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, destacou que a nova rota é parte da implementação dos acordos firmados entre os dois presidentes e representa um movimento estratégico diante das atuais tensões no comércio global. “China e Brasil são duas forças positivas para a estabilidade e prosperidade no mundo. E vamos continuar ampliando e aprofundando as cooperações”, afirmou.
Com clima e tecnologia favoráveis, o Brasil é hoje um dos maiores produtores mundiais de uva de mesa, com destaque para os polos do Vale do São Francisco, que têm buscado se consolidar como fornecedores em mercados exigentes como o asiático. Em 2024, o país exportou cerca de 59 mil toneladas de uvas, gerando cerca de US$ 151 milhões em receita, principalmente para mercados dos Países Baixos, Estados Unidos e Reino Unido, e agora, com a China no radar, o potencial de crescimento se amplia ainda mais.
Com a nova conexão, o tempo de transporte entre China e Brasil poderá ser reduzido em até 30 dias, e os custos logísticos, em mais de 30% — uma mudança significativa para o escoamento de frutas frescas brasileiras, que exigem logística ágil e segura.
Um dos destaques do evento foi a contagem regressiva ao final, com imagens de um cargueiro desatracando do Porto de Gaolan com destino ao Brasil.
(*) Com informações da Abrafrutas