Impactos econômicos e ambientais do agronegócio serão tema de Seminário na AgroBrasília

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 Da Redação

Brasília – O 1o. Seminário de Economia Agricola da AgroBrasília, sob o tema “A produtividade do agronegócio e seus impactos econômicos e ambientais”, a ser realizado no dia 16 de maio, sera um dos destaques na programação da AgroBrasília, que acontece entre os dias  13 e  17 de maio, no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, no PAD-DF. Com o evento, a Coordenação da AgroBrasília inicia um diálogo com o meio acadêmico no intuito de aproximar pesquisadores e estudantes dos produtores rurais.

O Seminário conta com o apoio institucional do Núcleo de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (GVAgro) e em especial do professor Angelo Costa Gurgel, Coordenador do Mestrado Profissional em Agronegócio – MPAGRO, da Escola de Economia de São Paulo – EESP- da Fundação Getúlio Vargas – FGV.

As palestras serão proferidas por especialistas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e de outras instituições. Entre eles, José Garcia Gasques (Mapa), que abordará o tema “Produtividade e crescimento da agricultura brasileira”, Juliano Junqueira Assunção (PUC-Rio e CPI-Rio), que fará uma palestra sobre  – “Crescimento econômico e meio ambiente” e  Eduardo Delgado Assad (MMA e MPAgro/FGV-SP), a quem caberá abordar o tema “Produtividade do agronegócio e impactos ambientais”.

A mediação do evento caberá ao professor Angelo Costa Gurgel e a apresentação e condução estarão a cargo de Eduardo Cenci, mestrando do Curso de Economia da Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ana Paula Cenci Vidal sera responsável pela coordenação dos bastidores do evento.

Ao falar sobre o Seminário, Eduardo Cenci afirmou que “essa é uma iniciativa da própria AgroBrasília a partir de uma sugestão minha. Sou produtor rural, minha família é pioneira do PAD-DF, e desde que entrei na academia há cerca de dois anos me incomoda o pouco conhecimento mútuo entre academia e agronegócio. Ao concluir o primeiro ano do mestrado em economia na EESP/FGV-SP tive a ideia de fazer um seminário acadêmico dentro da Feira aproveitando suas características únicas como a proximidade a importantes universidades e centros de pesquisa na capital e a qualidade do público e das tecnologias presentes em todas as suas edições”.

Eduardo Cenci disse ainda que “a Coordenação da AgroBrasília aprovou a ideia, posteriormente nomeou-me coordenador do evento e entrei em contato com o GVAgro que nos deu total apoio desde o início, principalmente na seleção dos temas e palestrantes. O professor Angelo Gurgel, além do enorme apoio dado à organização irá atuar também como mediador do evento, fazendo a ligação entre as palestras apresentadas para que o evento tenha unidade temática”.

A pouco mais de um mês da realização do Seminário, Eduardo Cenci concedeu entrevista por email ao www.comexdobrasil.com . Os principais trechos da entrevista seguem abaixo:

P: O que levou o a AgroBrasília a promover esse evento que proporcionará um importante e oportuno diálogo e a troca de visões e opiniões entre professors, estudantes e os produtores rurais?

R: Além do motivo exposto acima de diminuir o distanciamento entre academia e setor produtivo, nós da AgroBrasília e também o GVAgro enxergamos muitas oportunidades futuras de pesquisa e negócios envolvendo a Feira e todos os agentes que circulam por ela. Professores e pesquisadores podem ganhar novos temas e bases da dados para pesquisa, estudantes podem ganhar mais conhecimento e interesse pelos temas da economia agrícola, e o público em geral ganha mais uma atração de qualidade dentre as tantas disponíveis na Feira.

No que diz respeito ao público internacional, e é importante ressaltar que este ano pela primeira vez a AgroBrasília terá um Pavilhão Internacional, criado para marcar a sua internacionalização, o seminário traz aos diplomatas estrangeiros a oportunidade de conhecer melhor o agronegócio brasileiro com dados de pesquisas científicas e de acrescentar também a dimensão econômica às tantas visitas e acordos de cooperação técnica que acontecem tendo o PAD-DF como participante.

Por fim, acho única a oportunidade que um estudante terá de assistir a apresentação de uma pesquisa e, ao sair do auditório, poder ver o objeto desta pesquisa bem à sua frente. Poder ver a produção rural acontecendo dentro e à volta da feira, poder conversar com os produtores e demais agentes dessa cadeia e voltar para a sala de aula com uma bagagem de informação que ele não conseguiria coletar no campus.

P: Qual é sua expectativa em relação ao Seminário?

R: Esta primeira edição tem um caráter piloto e portanto trará apenas o campo da economia agrícola. A nossa expectativa, no entanto,  é que nas próximas edições possamos contar com painéis de outras áreas do conhecimento como gestão do agronegócio, agronomia e veterinária/zootecnia. A ideia é tornar o seminário acadêmico uma atração permanente na feira.

Os objetivos do seminário, como tudo na ciência, são de médio e longo prazo. Esperamos estimular cada vez mais o interesse dos pesquisadores, professores e estudantes pelos temas de pesquisa ligados ao agronegócio. Por outro lado, empresas de tecnologia e associações de produtores ganham acesso a um corpo de pessoas altamente qualificadas. As oportunidade de trabalho conjunto no futuro são inúmeras.

P: No entorno do DF, mais precisamente na cidade de Cristalina, existe a maior concentração de pivots de irrigação instalados em todo o País. A questão relativa à gestão dos recursos hídricos é cada vez mais relevante para o futuro do agronegócio brasileiro. Esse tema será abordado, ainda que lateralmente, no Seminário? Como  você vê a gestão dos recursos hídricos no Brasil?

R: O tema desta primeira edição trata justamente dos impactos e desafios ambientais do agronegócio brasileiro. No mesmo dia do seminário acontecerá na Agrobrasília um evento técnico sobre integração lavoura-pecuária-floresta. Para nós esta é mais uma oportunidade de aproximar pesquisadores e estudantes de áreas distintas do conhecimento, mas que têm um objeto de estudo em comum: a gestão eficiente dos recursos. A ciência econômica entende que os recursos são escassos e busca conhecer a maneira mais eficiente de utiliza-los. A gestão dos recursos hídricos tão importantes para a região de Cristalina e do PAD-DF são um ótimo exemplo de problema que pode ganhar muito com a atenção dos pesquisadores que hoje estão distantes da produção rural.

P: A AgroBrasília deverá contar este ano pela primeira vez com um Pavilhão Internacional criado para abrigar principalmente estandes de países da África e América do Sul. O Seminário terá alguma mensagem especial para passar a esse público diplomático que estará presente na Feira como expositores ou visitantes?

R: O público internacional receberá duas mensagens importantes no Seminário. A primeira de imediato no conteúdo das palestras que abordarão a evolução da produtividade e do crescimento brasileiro e seus desafios ambientais comprando-a com outros países e a situando no contexto global. Todos os palestrantes têm experiência internacional seja na academia ou em centros de pesquisa no exterior e podem trazer valiosas informações e contatos para os visitantes internacionais.

A segunda mensagem é de médio prazo. Acho que tanto a academia e o governo brasileiros como as missões diplomáticas verão a oportunidade de explorar a dimensão econômica nos acordos de cooperação técnica com outros países. Existe uma gama muito grande de trabalhos científicos em economia do desenvolvimento sendo feita especialmente em países africanos e latino-americanos. Ainda que muitas destas economias sejam rurais, poucos estudos são feitos por quem está ligado à produção rural e menos ainda por quem conhece a realidade dos países em desenvolvimento como o Brasil. As oportunidade de exportar experiências brasileiras de desenvolvimento rural e de aprender com as experiências dos outros países são inúmeras. Para os países que compartilham conosco a produção rural em áreas de cerrado, esta troca de experiência é ainda mais promissora.

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