Falso caso de vaca louca ainda mantém carne brasileira fora do mercado da Arábia Saudita

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São Paulo – A Arábia Saudita ainda não suspendeu o embargo à importação de carne bovina brasileira um ano e três meses após o governo brasileiro ter anunciado que um animal do rebanho do estado do Paraná, morto em 2010, era portador do agente causador da encefalopatia espongiforme bovina, o mal da vaca louca, sem, no entanto, ter desenvolvido a doença; e dez meses depois da Assembleia Mundial de Delegados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) ter confirmado a manutenção do status do Brasil como de “risco insignificante” para a moléstia.

O embargo foi tema de reuniões que o diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, teve esta semana em Riad, a capital saudita. Ele conversou com o embaixador do Brasil no país árabe, Flávio Marega, com o conselheiro comercial da embaixada, José Renato Ruy Ferreira, com outros integrantes do Setor Comercial da representação diplomática e com importadores locais. Executivos do grupo Abdullah Al Otheim Markets, cadeia de supermercados com 123 lojas espalhadas pelo país, informaram, segundo Alaby, que a empresa era tradicional importadora do produto brasileiro, mas foi obrigada a recorrer a outros fornecedores por causa do bloqueio. Este e outro grupo importador visitado por Alaby afirmaram que esperam que os brasileiros sejam mais agressivos em relação aos seus mercados. Com a falta da carne do Brasil, as empresas se viram obrigadas a ampliar as importações de países como Índia, Paquistão e Austrália. Em conversas com diplomatas, o diretor-geral ouviu que sem pressão dos importadores dificilmente haverá rapidez na liberação por parte das autoridades sauditas, mas são necessárias também ações do governo e dos exportadores brasileiros. Segundo Alaby, o Brasil ainda não enviou informações sobre o caso solicitadas pelo país árabe. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações brasileiras de carne bovina renderam US$ 158 milhões em 2012, mas caíram para apenas US$ 203 mil no ano passado.

Fonte: ANBA

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