Exportadores brasileiros de carne bovina e de frango apostam no mercado árabe

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Dubai – Os frigoríficos seguem apostando no mercado árabe, principal comprador do frango brasileiro e um dos maiores importadores também de carne bovina. Na Gulfood, feira do ramo de alimentos que ocorreu em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, até a quinta-feira (28), estiveram presentes cerca de 20 empresas dos dois segmentos, além das entidades setoriais União Brasileira de Avicultura (Ubabef) e Associação Brasileira das Indústrias de Carne (Abiec).

Alexandre Rocha/ANBA

Estande da Ubabef reuniu 12 empresas

“Mais de um terço do frango exportado pelo Brasil é halal, aqui estão nossos principais clientes”, disse o diretor de mercados da Ubabef, Ricardo Santin, durante a mostra em Dubai. “Esta feira é boa principalmente para reforçar os laços de parceria que são de longuíssimo prazo”, declarou. Doze companhias do ramo estiveram no estande da Ubabef e outras três associadas tiveram espaços próprios. Algumas empresas fazem parte das duas entidades.

No ano passado, o Brasil exportou o equivalente a US$ 1,7 bilhão em frango ao Oriente Médio, segundo Santin. “É um mercado estável, que tem um crescimento moderado”, declarou. “Nós respeitamos a indústria local, o Brasil complementa o que falta, tem este papel, garantindo segurança alimentar”, destacou.

Um dos diferenciais do País, em sua avaliação, é a flexibilidade para adaptar o produto ao gosto do cliente. “O Brasil atende às exigências dos clientes, tem uma grande capacidade de customizar”, afirmou.

Na carne bovina, os exportadores brasileiros vivem um desafio na região, que é o embargo imposto pela Arábia Saudita após o anúncio, em dezembro, de que uma vaca que morreu no Paraná em 2010 tinha o agente causador do mal da vaca louca, embora não tenha desenvolvido a doença. A Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) manteve recentemente o status de sanidade do País como de “risco insignificante”.

Alexandre Rocha/ANBA

Sampaio posa com churrasqueiro no espaço da Abiec

“Era um animal muito velho e os especialistas dizem que o príon (causador) pode aparecer nestas condições, não houve contaminação, como ocorreu no passado na Europa”, afirmou Fernando Sampaio, diretor executivo da Abiec.

O Ministério da Agricultura está para organizar uma missão à Arábia Saudita para tentar levanta o embargo. “Espero que esta situação se reverta”, declarou Sampaio, acrescentando que isto é uma prioridade para o setor, uma vez que o País é o mais importante entre os que embargaram a carne brasileira.

Ele reiterou, no entanto, que as restrições impostas por algumas nações não afetaram as exportações brasileiras de carne, que somaram US$ 5,7 bilhões no ano passado e ainda cresceram em janeiro deste ano ante o mesmo mês de 2012.

Além da Gulfood, as duas entidades pretendem realizar outras ações voltadas à região este ano. A Ubabef, que lançou uma revista sobre o setor em árabe para a feira, pretende convidar importadores para ir ao Salão Internacional da Avicultura, que vai ocorrer em São Paulo no segundo semestre.

Já a Abiec planeja promover workshops com churrascos na Arábia Saudita e no Egito.

Fonte: ANBA

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