Porto Alegre – As exportações do Rio Grande do Sul devem fechar o ano em US$ 15,76 bilhões, valor 3,4% maior do que o atingido em 2009. As vendas do estado, neste ano, equivalerão a 7,78% do total exportado pelo Brasil. Em 2009, representaram 9,96% do total. Os dados e as estimativas estão em um estudo da Apex-Brasil sobre as exportações do estado, que aponta também novas oportunidades de mercado para as vendas de 26 setores produtivos gaúchos que, juntos, respondem por 59,03% das exportações estaduais e por 23,83% das vendas externas do Brasil nesses setores.
São segmentos como arroz, trigo, soja, carnes, vinho, fumo, couro, calçados, móveis, plásticos, tratores, autopeças, máquinas agrícolas, pedras preciosas, entre outros. O estudo foi apresentado a empresários gaúchos na quarta-feira (8) em encontro na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
“As exportações gaúchas em 2009, ano da crise mundial, caíram menos do que as brasileiras”, afirma Marcos Lélis, coordenador da Unidade de Inteligência Comercial e Competitiva da Apex-Brasil, enfatizando que, nesse ano, as exportações do estado caíram 17% enquanto as do Brasil tiveram uma queda de 22,7%.
Outra conclusão do estudo é que houve um crescimento nos grupos de produtos intensivos em escala, ou seja, que ganham competitividade quando produzidos em grande quantidade, no qual se incluem tratores, máquinas agrícolas e autopeças: seu percentual de participação na pauta passou de 11% em 2003 para 16% em 2008. Já o grupo de produtos intensivos em trabalho, que inclui calçados, couro, plásticos e móveis, teve queda nas exportações do estado, e os produtos primários ou intensivos em recursos naturais aumentaram sua participação.
“A tendência mundial é que a concorrência se acirre cada vez mais para os produtos intensivos em trabalho. Assim, nossa recomendação para esses setores é que eles passem a buscar a competitividade em fatores como design e tecnologia para conseguir um preço diferenciado e que trabalhem em nichos de mercado e em países que têm uma classe média representativa e em crescimento, tais como Estados Unidos, Canadá, Europa, Japão, Coreia do Sul e a própria China”, comenta Lélis. Já para produtos intensivos em escala, como tratores e máquinas agrícolas, o estudo recomenda uma diversificação para mercados tanto do Leste Europeu (como Romênia, Ucrânia e Polônia) como da África e da Ásia (como Egito, Angola e Índia).
Estudo indica mercados para a produção gaúcha
O estudo selecionou os países para os quais há mais possibilidades de aumentar as exportações desses setores, com base em uma metodologia que analisa o comportamento de países vizinhos àqueles que já são grandes compradores de produtos do estado. Foram levantadas informações de compra dos produtos em algumas regiões, identificando o valor que se compra, de quais países se adquirem os produtos, se há ou não crescimento das importações dos setores analisados e qual é a tarifa de importação em cada país para esses produtos. Assim, foram indicados os países em que há maior volume de compra, maior dinamismo de mercado e menores tarifas.
Aproximação com empresas
O objetivo da Apex-Brasil com a divulgação do estudo para empresários, em parceria com a FIERGS, é repassar o conhecimento levantado pela Agência diretamente às empresas, subsidiando as decisões estratégicas em relação ao comércio exterior e estimulando o aumento das exportações.
Nas Unidades de Atendimento da Apex-Brasil, instaladas em dez estados brasileiros e no Distrito Federal, os empresários podem obter informações sobre outras iniciativas da Apex-Brasil de apoio às exportações, tais como o Projeto Extensão Industrial Exportadora (PEIEX), os projetos setoriais integrados de promoção de exportações e os projetos especiais da Apex-Brasil, como as ações de promoção comercial durante a Fórmula Indy. São também disponibilizadas informações sobre projetos conjuntos da CNI e da Apex-Brasil, dados de pesquisas e prospecções de mercados, entre outros tópicos, assim como informações sobre os Centros de Negócios da Apex-Brasil, localizados nos principais mercados globais.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Apex-Brasil