São Paulo – A análise Quick Trade Facts, realizada pela Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC) com base no levantamento Comex Stat, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, revelou um aumento no valor total das exportações de produtos brasileiros para o Canadá no primeiro trimestre de 2020, que foi de US$ 943,3 milhões. O resultado foi 15% maior em comparação ao mesmo período do ano anterior. Já as importações, que tiveram o valor total de US$ 397,6 milhões, apresentaram queda de 8,1%.
Segundo a entidade, a desvalorização da moeda nacional, que ocorreu principalmente após a declaração da pandemia de Covid-19 por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), favoreceu as exportações no período, mas também interferiu na compra de produtos canadenses.
“Março, mês em que a pandemia foi declarada, foi o período que apresentou os maiores valores, tanto para exportações quanto para importações. Isso porque deu-se início ao cenário de grande insegurança frente à economia internacional”, analisa Paulo de Castro Reis, diretor de relações institucionais da CCBC.
Em relação à exportação, dois produtos que se destacaram, com quase do 30% do share e um valor de US$340 milhões, foram o ‘bulhão dourado (ouro) em formas brutas para uso não monetário’ e ‘ouro em barras, fios e perfis de seção maciça’, impulsionados, principalmente, pela incerteza econômica mundial, que tem levado as pessoas a investirem no metal.
Na sequência, no ranking dos grupos de produtos com maior faturamento, aparecem a ‘alumina calcinada, ‘outros silícios’ e ‘pentóxido de divanádio’, que apresentaram queda de 5% em comparação ao mesmo período de 2019, mas ainda representam 27% do share, com mais de US$ 257 milhões exportados ao Canadá no período.
Segundo Castro Reis, as expectativas para as relações bilaterais entre Brasil e Canadá no período pós-pandemia ainda são incertas. “Alguns segmentos não devem ser tão afetados, como o de mineração, que conseguiu manter o transporte por via marítima. Já o de alguns produtos alimentícios, como as frutas, que dependiam bastante do transporte aéreo, deve apresentar queda nos levantamentos a partir do abril”, aposta o diretor de relações institucionais da CCBC.
(*) Com informações da CCBC