Exportações na era dos Reels e Inteligência Artificial, o que fazer?

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Tudo parece novidade, mas o foco ainda é o mercado. Mas algo de fato mudou e é preciso se adaptar!

Rodrigo Solano (*)

O comércio exterior não surgiu na visualização de coisas que falamos aos amigos e, em instantes, aparecem em telas que nos acompanham quase como parte de nossos corpos, praticamente o tempo inteiro. Para entender as dinâmicas atuais, é preciso entender como chegamos a formas de promoção comercial como esta, e então traçar estratégias para entrar no jogo.

Nosso comércio com diferentes povos começou quando aprendemos a falar e / ou nos comunicar. Evoluiu com a escrita, que permitiu planejamento, finanças e registros do que se conhecia no mundo, inclusive produtos diferenciados. Foi seguida pela criação da imprensa que multiplicava o que se queria comunicar para um público: o consumidor, neste caso, possibilitando a ampliação de vendas, mas agora com comunicação = marcas e sua gestão.

Depois o rádio e a TV massificaram os desejos por produtos e marcas. E agora estamos na era em que a Inteligência Artificial coloca em nossa frente aquilo que desejamos. As exportações brasileiras são fortemente constituídas de commodities, ou seja, produtos pouco ou não industrializados, ou seja, com baixíssima aderência ao que muitos consumidores querem ver em sua telinha cada vez mais animada. Isso significa que nossas exportações dependem de como as indústrias para quais exportamos planejam executam sua inteligência cultural para saltar aparecer em aparelhos, fazerem-nos parar, observar com atenção, interagir, seguir, do mesmo jeito que fazemos novas amizades digitais, e, quem sabe até passar a divulgar.

Mas o que fazer então? Primeiramente, não há escapatória: conhecimento para por em prática! E em nesta nova fase, robôs se tornam cada vez mais protagonistas, humanos tendem em novas “nações” virtuais, às vezes ilusórias que retrocedem o ciclo da evolução do conhecimento. Os mercados se reconfiguram, e plataformas virtuais são cada vez mais locais de encontro permeados de marcas e inteligências que talvez nos conheçam mais que nós mesmos.

Mas então, o que fazer?

Conhecimento interdisciplinar: saber de tudo um pouco;

Escape do que que é fake! Informações falsas são mais atraentes que as verdadeiras. Controle as emoções e mantenha o foco. Negócios precisam de base objetiva: com evidência, quer gostemos ou não da informação de mercado apurada;

Crie sua marca que converse com um público com legitimidade. Desenvolva interesse por ele e crie estratégias de abordagem virtual: Inteligência Cultural nas Plataformas!

Se for oportuno use características brasileiras! Não podemos ter nos irritar porque estrangeiros geralmente nos associam a praia, samba e futebol. Essa pode ser a imagem que chama a atenção para apresentar as novidades;

Observe os produtos estrangeiros: seus mitos são heróis globais, seus costumes viram moda, suas línguas são “chique”. Isso se chama construção e gestão de marcas: Branding. Nosso acanhamento em relação às nossas características deve estar fora do plano de negócios. Visite o site do Walmart e perceberá quantas marcas estrangeiras usam elementos brasileiros para se promover em vários segmentos. Basta digitar “Brazil” e “Brazilian” no mecanismo de busca.

O açaí já é global. Dois excelentes exemplos que ensinam muito: Projeto Açaí e Tropicool.

A produção Invisible City (Cidade Invisível) conquistou o mundo, e a TV alemã Deutsche Welle não perdeu a chance de contar ao mundo em inglês: “Brazilian myths star in “Invisible City”. E a produção não deixaria de estar no Instagram → “Invisible City”.

A maior parte de nossas produções é constituída de commodities. A forma de comercialização evoluiu muito, bem como as práticas empresariais. Mas as principais características do que é comercializado tem similaridades com o momento em que o ser humano começou a falar e vai até a invenção da imprensa e, em alguns casos a revolução industrial.

Precisamos conhecer o que temos, evidenciar suas propriedades adaptadas linguisticamente e culturalmente ao público de plataforma, e gerir marcas de forma humanizada! É confortante ver que empreendimentos como os mencionados se destacam em vendas na era dos Reels e Inteligência Artificial. Contudo, para muitos casos, a bandeira brasileira parece rogar a ordem em forma de planejamento harmonizado, e progresso em com agilidade capaz de nos tornar competitivos na atual realidade da comunicação global!

(*) Rodrigo Solano, Especialista em Internacionalização e Relações Interculturais
www.thinkglobal.com.br
www.linkedin.com/in/rodrigosolano
Instagram: @tgintercultural

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