Brasília – A apicultura tem grande relevância na economia e no comércio internacional, tornando-se fonte de renda e sustento para produtores rurais de diversos países. Considerando a importância do mel entre os produtos apícolas –que incluem entre outros cera de abelha, própolis e geleia real-, é interessante analisar sua produção e comércio em todo o mundo.
De acordo com informações do Boletim Agronegócio Internacional da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) mostra que o planeta produz cerca de 1,6 milhão de toneladas de mel por ano, com base em dados de 2012 e 2013. Desse total, aproximadament 550 mil toneladas são comercializadas internacionalmente, movimentando US$ 1,49 bilhão por ano entre 2012 e 2014.
Segundo o boletim, os Estados Unidos são o principal comprador mundial desse produto. Entre 2012 e 2014, o país importou, em média, US$ 486,21 milhões (153,34 mil toneladas). Além dos EUA, estão na lista dos maiores importadores de mel a União Europeia (com US$ 342,17 milhoes), Japão (US$ 113,95 milhões) e Arábia Saudita (US$ 70,62 milhões).
A China, maior exportadora, arrecada anualmente US$ 240,62 milhões com a venda de 121,6 mil toneladas de mel, mantendo uma participação de 16,1% do comércio mundial desse produto. Por sua vez, a Argentina aparece como segunda maior exportadora mundial de mel, mantendo 14,1% desse mercado. As mais de 65 mil toneladas exportadas anualmente pelo país representam mais de três quartos de sua produção, gerando receita anual de US$ 240,74 milhões à Argentina.
No Brasil, a atividade apícola tem se apresentado como uma alternativa para os pequenos produtores rurais, uma vez que demanda baixo investimento. Atualmente, o Brasil se insere como um player intermediário no mercado internacional de produtos apícolas, ocupando a sétima posição entre os maiores exportadores do setor.
Segundo a FAO, o país produz aproximadamente 35 mil toneladas de mel por ano. Cerca da metade desse volume é destinada ao mercado externo, rendendo anualmente cerca de US$ 70 milhões aos exportadores brasileiros. As vendas externas do produto atingiram o pico em 2014, quando foram exportadas 25,3 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 98,58 milhões.
As exportações brasileiras de mel concentram-se em oito estados, com destaque para São Paulo em média, maior exportador nacional, com US$ 20,56 milhões/ano), Santa Catarina (US$ 14,62 milhões/ano) e Paraná (US$ 10,38 milhões/ano). É importanre mencionar que há empresas que compram o mel de agricultores de outras regiões do Brasil e exportam nesses estados, o que pode inflar seus dados de exportação.
No caso de Santa Catarina, a média de US$ 14,62 milhões exportados por ano reflete apenas parcialmente o crescimento do estado nos últimos anos. De uma exportação de 1,52 mil toneladas em 2012, Santa Catarina passou a vender para o exterior 6,91 mil toneladas ou US$ 23,27 milhões, em 2015. Esse aumento de 307% se deveu, pelo menos em parte, ao investimento em apicultura orgânica e na melhoria da qualidade de seus produtos, que renderam ao mel catarinense o título de melhor mel do mundo em um congresso ocorrido na Ucrânia, em 2013.