Brasília – A receita das exportações brasileiras de mel voltou a crescer. No mês de junho foram exportadas 1,9 mil toneladas do produto, que geraram receita de US$ 5,54 milhões. Esse resultado representou aumentos de 34,4% em peso e de 32,8% em valor, em relação ao mês anterior. O preço médio pago pelo mel exportado foi recorde, US$ 2,91 por quilo, com um ligeiro aumento de 1% sobre maio e de 21% na comparação com junho do ano passado.
Para Reginaldo Resende, coordenador nacional de apicultura do Sebrae, a manutenção do atual cenário vai depender do equilíbrio do mercado interno. Nos últimos meses três fatores contribuíram para a queda das exportações de mel: problemas climáticos, estoques em baixa e mercado interno aquecido. “No ano passado, as exportações haviam crescido 51%, mas a safra de 2009 foi afetada pela estiagem nas regiões Norte e Nordeste e pelo excesso de chuvas no Sul e Sudeste. Entramos em 2010 praticamente sem estoques de mel e com um mercado interno e externo fortemente comprador, o que fez com que os preços não acompanhassem a queda nas quantidades exportadas”, explica.
Reginaldo ressalta que, para tentar estimular o mercado interno a consumir mais mel, a Confederação Nacional de Apicultura (CBA), com apoio do Sebrae, lançou em maio deste ano, a campanha nacional “Meu dia pede mel”. O objetivo é incentivar o consumo do produto e apresentá-lo como alimento natural e fonte pura de energia. A divulgação está sendo feita em rádios, canais de TV, internet (www.meudiapedemel.com.br) e em feiras locais, por meio de carros de som, além da distribuição de folders explicativos. “Hoje no Brasil são consumidas anualmente 128 gramas de mel por pessoa. Queremos aumentar esse valor em 10% e 15%”, disse.
Em junho o maior exportador foi São Paulo, com US$ 2.054.423,00, recebendo US$ 2,82 por quilo de mel. O segundo exportador foi o Piauí com US$ 1.326.676,00, ao preço de US$ 2,95/kg. O Ceará ficou em terceiro lugar, com US$ 1.066.224,00 e US$ 3,05/kg, o maior preço recebido. Santa Catarina foi o quarto exportador, com US$ 475.733,00. O Rio Grande do Sul ficou em quinto lugar, com US$ 225.716,00, com preço de US$ 2,79/kg. O sexto e o sétimo estados exportadores foram Minas Gerais, com US$ 199.314,00 e US$ 2,96/kg, e a Bahia, com US$ 194.936,00 e US$ 2,99/kg, respectivamente.
Compradores
Os Estados Unidos foram o principal destino das exportações de mel brasileiro, US$ 2.541.537,00, respondendo por quase a metade (45,9%) da receita total das exportações, ao preço de US$ 2,88/kg. A Alemanha foi o segundo mercado de mel, com uma receita de US$ 1.726.170,00, significando quase um terço (31,1%) do valor total exportado, ao preço de US$ 2,91. O Reino Unido absorveu 10,9% (US$ 601.925,00) das exportações de mel, pagando US$ 2,89/kg. Os outros países importadores de mel do Brasil foram Bélgica, Coréia do Sul, Espanha, França, Japão, e Suíça.
Trinta e cinco empresas exportaram mel no primeiro semestre de 2010. Apenas quinze empresas responderam por 91,6% do valor das exportações de mel brasileiro no primeiro semestre deste ano, assim distribuídas: quatro de São Paulo, três de Santa Catarina, duas do Rio Grande do Sul, duas do Piauí, duas do Ceará, uma do Paraná e uma do Rio Grande do Norte. Outras seis empresas responderam por 7,9% da receita de exportação nos seguintes estados: três do Piauí, uma do Ceará, uma do Paraná e uma de Minas Gerais. Quatorze empresas exportaram somente 0,4% da receita total.
Fonte: Agência Sebrae de Notícia
