Exportações de frutas caem em receita e volume mas setor aposta em recuperação no 2º semestre

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Da Redação

Brasília – Apesar da variação negativa de -5,40% em valor e de -6,66% em volume registrada no primeiro semestre de 2016 comparativamente com o mesmo período de 2015, as exportações de frutas e derivados deverá se recuperar no segundo semestre. De janeiro a junho, as vendas externas totalizaram US$ 321 milhões, contra US$ 340 milhões exportados em igual período de 2015.

A expectativa no setor é de que as exportações devem crescer no segundo semestre, podendo aproximar-se do montante de US$ 809 milhões exportados em todo o ano passado. Essa cifra representou um aumento de +7,2% sobre o volume de US$ 755 milhões vendidos ao exterior em 2014.

images(4)Segundo  José Eduardo Brandão Costa (diretor-Executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados, Abrafrutas, e representante da Confederação Nacional da Agricultura, CNA, na Associação), “apesar de importante, essa retração tanto em termos de valores quanto em relação ao volume exportado não nos preocupa. Trata-se de um dado relevante mas que não nos deixa preocupados. Entre outros motivos pelo fato de que tradicionalmente temos no último trimestre do ano um aumento acentuado  das vendas ao  exterior e por isso apostamos numa recuperação neste segundo semestre”.

De acordo com o diretor da Abrafrutas, “além disso, nos seis primeiros meses de 2016 a fruticultura nacional enfrentou uma série de problemas tais como regimes irregulares de chuvas, quebra de safras em diversas culturas e um ambiente político e econômico pouco favorável. Para o segundo semestre nossas expectativas são otimistas”.

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Na avaliação de José Eduardo Brandão Costa, “já vislumbramos sinais de uma melhora no quadro político e econômico do País e isso certamente nos ajudará a fechar o ano com dados melhores que aqueles registrados no primeiro semestre. É evidente que gostaríamos de ter obtido números positivos no primeiro semestre do ano, mas é importante destacar que as exportações do setor foram duramente afetadas por uma série de fatores”.

Segundo o diretor-executivo da Abrafrutas, “no primeiro semestre tivemos excesso de chuvas em algumas áreas do estado de São Paulo e também nos estados da Região Sul, ao mesmo tempo em que houve uma forte estiagem na região Nordeste. Devido a esses fatores, a queda de safra da maçã em volume, comparativamente com o primeiro semestre do ano passado, ficou entre 25% e 30%. Além disso,culturas como a do mamão papaia registraram queda na produção devido a problemas na irrigação por conta da seca no Espírito Santo, agravada pelas precárias  condições de abastecimento no rio Doce, após o desastre ambiental  de Mariana. Por outro lado, o melão, um dos carros-chefe das exportações do setor também enfrentou problema da falta d’agua e as exportações também foram afetadas”.

Além dos problemas na área do abastecimento d’agua, outros fatores contribuíram para a queda nas exportações de frutas e derivados no primeiro semestre. Na opinião do diretor-executivo da  Abrafrutas, “no primeiro semestre vivenciamos um ambiente de incertezas tanto no setor político quanto na área econômica e fatores dessa natureza sempre afetam o ambiente de negócios. Também foram registrados aumentos significativos nos custos da mão de obra especializada e nos preços de defensivos e fertilizantes, estes últimos responsáveis por cerca de 20% na formação de preços do setor”.

Na avaliação de José Eduardo Brandão, esse cenário deverá se modificar na segunda metade do ano: “Para o segundo semestre esperamos contar com a definição do quadro político e já temos sinais de que a economia vai, aos poucos, retornando à normalidade. Tudo isso somado ao fato de que tradicionalmente o setor tem nos últimos meses do ano um aumento expressivo das exportações, no leva a estar confiantes em que devemos fechar 2016 com dados próximos daqueles registrados no ano passado”.

Números do primeiro semestre

Cinco entre os seis principais exportados pela fruticultura brasileira tiveram queda no primeiro semestre de 2016, comparativamente com o mesmo período de 2016. A retração mais acentuada foi registrada nas exportações de maçãs, da ordem de -54,36% em valor e de -48,00% em volume exportado. Com isso, as vendas externas geraram receita no montante de US$ 18 milhões, contra US$ 40 milhões exportados de janeiro a junho do ano passado.

Quedas relevantes também foram registradas nas exportações  diversas outras frutas. As vendas de mangas  caíram -8,10% em valores e -15,90% em volume e proporionaram  uma receita de US$ 46 milhões, ante exportações no montante de US$  50 milhões realizadas no primeiro semestre de 2015. Os embarques de melão também estiveram em baixa: -4,56% em valores e -1,24% em volume e com isso as exportações somaram US$ 34 milhões, depois de atingirem US$ 35 milhões nesse mesmo período do ano passado.

Enquanto isso, as exportações de mamões papaia se mantiveram praticamente estáveis. Na verdade, registraram um leve decréscimo de  -0,05% em valor e -345% em volume exportado. Com isso, as vendas externas caíram de US$ 22,160 milhões em 2015 para US$ 22,149 milhões este ano.

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Nesse cenário marcado por quedas importantes nas exportações merece destaque a alta relevante nas vendas externas de limões e limas. Em valores, as exportações  cresceram +19,08% e somaram US$ 56,572 milhões, contra US$ 47,507 milhões exportados no primeiro semestre de 2015.

Em termos globais, de janeiro a junho, as exportações de frutas e derivados totalizaram US$ 321 milhões, contra US$ 340 milhões vendidos ao exterior nesse mesmo período do ano passado.

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