São Paulo – Os países árabes estão aumentando significativamente as suas importações de feijão do Brasil. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, o Brasil faturou US$ 5,52 milhões com exportação de feijão para a região entre janeiro e julho deste ano, um crescimento de 276% sobre o mesmo período de 2012, quando a receita com essas vendas estava em US$ 1,47 milhão.
Segundo o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Francisco Rodrigues Freire Filho, o feijão do tipo caupi começou a ser exportado para países árabes há cerca de quatro anos. O tipo é originário da África e foi trazido para o País ainda na época da colonização. “É adaptado a essa faixa tropical, de temperaturas mais elevadas, áreas de semiárido”, afirma. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), segundo Freire, vem trabalhando no melhoramento genético deste feijão, investindo em tipos de grãos que melhor atendam esse mercado importador da faixa tropical.
O feijão caupi é muito produzido no Nordeste do Brasil, onde há crescimento no plantio especialmente no Cerrado, mas também é cultivado em estados como São Paulo e Mato Grosso. Freire indica a exportação do caupi como uma boa alternativa de renda para o Brasil, já que, no Centro-Oeste, por exemplo, ele pode ser plantado logo após a colheita da soja, que é em fevereiro, aproveitando ainda os volumes pluviométricos do período. No Nordeste precisa ser plantado entre janeiro e março, quando há índices de chuva mais indicados.
O país árabe que mais comprou feijão do Brasil neste ano até julho foi o Egito, com US$ 4,5 milhões. Em 2012 os egípcios foram responsáveis pela totalidade das compras do produto brasileiro entre os árabes. Neste ano, no entanto, a Argélia comprou US$ 930 mil em feijão do Brasil, os Emirados adquiriram US$ 80 mil e o Líbano US$ 10 mil. No ano passado, porém, houve queda nas vendas de feijão do Brasil para os árabes se comparado ao ano anterior. O recuo foi de 23%, já que a receita de 2011 como um todo foi de US$ 6,63 milhões.
O Brasil não exporta volumes consideráveis de feijão ainda, já que tem consumo grande no mercado interno. Nos primeiros sete meses deste ano, por exemplo, a receita total com as vendas internacionais ficou em US$ 10,9 milhões. Houve recuo de 20,2% sobre mesmos meses de 2012. Na safra 2012/2013, o Brasil deve produzir 2,8 milhões de toneladas de feijão, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Haverá um decréscimo de 3% sobre a colheita anterior, quando foram tiradas das lavouras 2,91 milhões de toneladas.
Fonte: ANBA