Exportações de carne para países árabes crescem em volume e receita no primeiro semestre

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São Paulo – O Brasil exportou 114.039 toneladas de carne aos países árabes do Oriente Médio e Norte da África no primeiro semestre. O volume é 18,4% maior que o embarcado no mesmo período do ano passado. A receita também cresceu, alcançando US$ 474,03 milhões, 22,66% maior no mesmo comparativo. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

O país árabe que teve maior crescimento em suas importações da carne brasileira nos seis primeiros meses do ano foi o Egito, que comprou 71.841 toneladas do produto nacional, 33,32% a mais que no período de janeiro a junho de 2013, com receita de US$ 246,025 milhões (+34,96%).

“O aumento se deu pelas oportunidades de mercado, pelo aumento do consumo e da renda”, explicou Antônio Camardelli, presidente da Abiec, sobre o crescimento das exportações ao país do Norte da África. Segundo ele, estas são as mesmas razões para o crescimento das importações dos demais países árabes no período.

A Argélia, por exemplo, comprou 11.371 toneladas do produto no primeiro semestre, 24,29% a mais que nos seis primeiros meses do ano passado. Em receita, as importações argelinas somaram US$ 53,164 milhões (+27,65%). Os Emirados Árabes Unidos aumentaram suas compras da carne nacional 28,88%, importando 9.614 toneladas, com receita de US$ 46,670 milhões (+26,34%).

Já o Líbano importou 8.361 toneladas do alimento (+12,33%), rendendo US$ 43,653 milhões de faturamento (+16,56%). “Temos uma presença firme junto aos países árabes e não deixamos a demanda comercial se contaminar por acontecimentos políticos”, destacou Camardelli.

Embargo saudita

Para Camardelli, a principal questão hoje a ser resolvida sobre as exportações de carne aos países árabes é o embargo mantido ao produto brasileiro pela Arábia Saudita desde dezembro de 2012.

O embargo foi determinado após a divulgação, pelo Ministério da Agricultura brasileiro, da identificação do agente causador do mal da vaca louca em um animal morto em 2010. O bovino, no entanto, não morreu por causa da doença e não chegou a desenvolvê-la.

O presidente da Abiec destaca que o Brasil já enviou toda a documentação necessária para atestar que o gado brasileiro está livre do mal da vaca louca, mas que, mesmo assim, o governo do país do Golfo não suspende o embargo nem informa quais outras providências são necessárias para que a compra da carne brasileira seja liberada.

“Não dá mais para conviver com essa zona cinzenta criada pela Arábia Saudita”, ressaltou. O executivo apontou ainda que a decisão saudita também é seguida por países como Kuwait e Catar. “É um problema técnico que já foi superado e não conseguimos nem a oportunidade de receber instruções para voltar a exportar”, reclamou.

Camardelli destacou que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em francês) já atestou por três vezes que a carne do Brasil não está contaminada com o agente do mal da vaca louca. “O que houve foi um caso atípico”, ressaltou. “O Brasil garante a segurança de que não há possibilidade de que isso aconteça”, afirmou.

Na quinta-feira (17), o governo da China anunciou a suspensão do embargo que o país também mantinha sobre a carne nacional. “Vai haver um aumento progressivo”, disse Camardelli sobre as expectativas das vendas aos chineses. “Esperamos que, ao final de 2015, as importações da China possam chegar a US$ 800 milhões por ano”, completou.

No primeiro semestre do ano, o Brasil exportou um total de 762 mil toneladas de carne, 12,7% a mais que o vendido de janeiro a junho de 2013. A receita do período foi de US$ 3,4 bilhões, um aumento de 13,3% sobre o mesmo período do ano anterior. Os principais compradores da carne nacional foram Hong Kong, Rússia e Venezuela.

Fonte: ANBA

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