Exportações brasileiras seguem em forte queda e retraem 26,8% nos últimos 5 anos, segundo AEB

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Da Redação

Brasília – Pelo quinto ano consecutivo, a balança comercial brasileira deverá fechar 2016 com forte queda das exportações, apesar de o País registrar este ano um superávit de US$ 46,934 bilhões, segundo estimativa da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Este ano, as vendas externas brasileiras devem totalizar US$ 187,504 bilhões.

Em 2011, o Brasil exportou um total de US$256,039 bilhões. Em cinco anos, as vendas externas brasileiras tiveram uma queda de -26,8%. Apesar desses números negativos, o saldo projetado de US$ 46,934 bilhões é 60,5% superior aos US$ 29,228 bilhões projetados para 2016 pela AEB em 16 de dezembro de 2015.

Segundo o presidente da AEB, José Augusto de Castro, “o superávit de 2016 será, uma vez mais, um superávit negativo, pois será devido à queda das importações ser maior que a redução das exportações, e não por elevação das exportações”.

José Augusto ressaltou ainda que “o valor da corrente de comércio, fator gerador de atividade econômica projeta US$328,074 bilhões para 2016 e redução de 9,5% em relação aos US$ 362,583 bilhões de 2015, além de ser inferior aos US$ 370,927 bilhões de 2008. Em relação ao recorde de US$ 482,266 bilhões de 2011, a corrente de comércio de 2016 representa expressiva retração de US$ 154,212 bilhões, equivalente à redução de 32%”.

A revisão da balança comercial de 2016 divulgada hoje (19) pela AEB revela ainda outros dados relevantes: os três principais produtos da pauta de exportação, soja em grão, minério de ferro e petróleo podem representar 23,1% das exportações em 2016, menos que os 24,5% em 2015. Por outro lado, pelo segundo ano consecutivo, a soja será o principal produto de exportação do Brasil. Até a primeira quinzena de julho foram embarcadas 42 milhões de toneladas de soja em grão, representante 76,4% das 55 milhões de toneladas programadas para embarque em 2016.

Ainda de acordo com o documento divulgado pela AEB, apesar da taxa cambial mais favorável vigente no segundo semestre de 2015 e no primeiro semestre de 2016, a participação dos produtos manufaturados na pauta de exportação permanecerá praticamente inalterada em torno de 38%, comprovando que a taxa cambial ajuda, mas não resolve o problema do elevado “Custo-Brasil”, que prejudica a competitividade na exportação.

Além disso, a AEB destaca que a recente valorização cambial do real e a saída do Reino Unido da União Europeia poderão impactar negativamente as exportações de manufaturados ainda em 2016, das quais 60% se concentram na Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) e nos Estados Unidos.

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