Exportações aos árabes cresceram 10% em novembro puxadas pela Arábia Saudita e Emirados

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São Paulo – As exportações do Brasil ao mundo árabe renderam US$ 935 milhões em novembro, um aumento de 10% sobre o mesmo mês do ano passado, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. As vendas tiveram forte crescimento para dois dos principais mercados da região: Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

“A tendência, com o aumento do preço do petróleo, é eles terem mais divisas para gastar com importações”, comentou o diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby. As cotações da commodity começaram a subir a partir de 30 de novembro, quando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ratificou o chamado Acordo de Argel, que prevê redução de 1,2 milhão de barris diários na produção dos membros do grupo em 2017.

Esta semana, países produtores não-membros da Opep decidiram também reduzir seu volume de extração a partir de janeiro, e a Agência Internacional de Energia (AIE) avalia que poderá haver um déficit de 600 mil barris diários entre oferta e demanda no primeiro semestre do ano que vem. Ou seja, a pressão sobre as cotações tende a continuar. “As exportações para o Golfo principalmente devem dar uma melhorada, após o estímulo do acordo da Opep”, observou Alaby.

Outros profissionais da área de comércio exterior têm opinião semelhante. No início desta semana, por exemplo, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, disse que o aumento dos preços do petróleo poderá beneficiar as vendas do setor para o mundo árabe em 2017.

Em novembro, aumentaram de maneira significativa também as exportações para o Líbano, Omã, Iraque, Bahrein, Djibuti e Líbia.

Para a região como um todo, cresceram principalmente os embarques de açúcar, minério de ferro, automóveis, tubos de ferro e aço, e carne bovina fresca. Caíram, no entanto, as vendas de carne bovina congelada. Segundo Camardelli, 88% da carne exportada pelo Brasil é congelada, e apenas 12% é fresca. Ele afirmou que é do interesse da indústria ampliar as exportações do produto fresco, pois não há necessidade de manter o congelamento ao longo de toda a cadeia, reduzindo custos e melhorando o fluxo.

Os embarques de açúcar aumentaram para vários países, como Emirados, Argélia, Arábia Saudita, Egito, Djibuti, Iraque, Líbano e Marrocos. As vendas de automóveis foram quase que exclusivamente para a Arábia Saudita. As exportações de minério avançaram principalmente para o Bahrein, Omã, Líbia e Egito, e as de tubos para a Arábia Saudita e Emirados. Estes dois países compraram mais carne fresca também, assim como o Líbano.

Destaque ainda para o avanço das vendas de farelo de soja para a Arábia Saudita e Iêmen, de gado vivo para Líbano e Egito e de fios de cobre para o Catar. Vale lembrar que este ano o Egito liberou a importação de gado em pé do Brasil, que havia sido suspensa no segundo semestre de 2014, e o Líbano autorizou a retomada das compras de animais e de carne do Paraná após quase quatro anos de embargo.

Alaby avalia como positivo o avanço dos embarques de minério de ferro, pois isso pode indicar um aquecimento da atividade industrial naquela região do mundo. A mineradora Vale mantém em Omã uma usina de pelotização e um terminal marítimo para distribuição do produto aos países da vizinhança.

No acumulado de janeiro a novembro, as exportações brasileiras ao mundo árabe somaram US$ 10,3 bilhões, uma queda de 6% em comparação com o mesmo período de 2015. Alaby ressalta, porém, que o resultado de novembro indica uma tendência de melhora ou pelo menos de manutenção do patamar atingido.

Importações

Na seara das importações, o valor registrado no mês passado foi de US$ 413 milhões, uma queda de 42% sobre novembro do ano passado. No acumulado de 2016, as compras totalizaram quase US$ 5 bilhões, um recuo de 25% em relação ao período de janeiro a novembro de 2015.

Segundo Alaby, isso ocorreu por causa da redução dos preços médios de itens importados da região, pois o volume total comprado pelo Brasil aumentou. Os principais produtos comercializados são petróleo, gás e derivados, e fertilizantes.

Vale ressaltar, no entanto, que tanto em novembro como no acumulado do ano aumentaram as importações de pescados e de material elétrico. Os peixes vieram do Marrocos e de Omã, e o material elétrico principalmente do Marrocos, Tunísia, Emirados e Egito.

 

(*) Com informações da ANBA

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