Exportação de tabaco tem queda de 9,23% em receita e de 2,78% em volume, informa SindiTabaco

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Da Redação

Brasília – As exportações brasileiras de Tabaco devem registrar na safra 2015/2016 uma queda entre 6% e 10%, comparativamente com a safra anterior e a expectativa é de que as vendas externas do produto venham a gerar uma receita da ordem de US$ 2 bilhões. De janeiro a julho, as exportações de tabaco totalizaram US$ 1,033 bilhão, uma queda de 9,23% em receita e de 2,78% em volume, comparativamente com idêntico período do ano passado.

Desse total, US$ 1,08 bilhão foram exportados pelos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, responsáveis por cerca de 99% das exportações totais do Brasil. O restante 1% foi embarcado pelos estados da Bahia e de Alagoas. Os dados foram fornecidos pelo presidente do presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schunke.

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Maior exportador mundial de tabaco desde 1993, o Brasil responde por 30% das vendas totais do produto graças, segundo Ingo Schunke, “à qualidade e integridade do produto”. Ano passado, o tabaco representou 1,14% do total das exportações brasileiras e as vendas externas totalizaram US$ 2,19 bilhões. A safra 2014/2015 registrou uma produção de 692 mil toneladas, das quais mais de 85% foram destinados ao abastecimento do mercado externo.

Segundo o presidente do SindiTabaco, “ano passado, em termos de blocos econômicos, o principal mercado para o tabaco brasileiro foi a União Europeia, com 43% do total dos embarques. A seguir, vieram o Extremo Oriente (25%),  a América do Norte (11%), o Leste Europeu (8%), a África/Oriente Médio (7%) e a América Latina (6%). Em termos de países, vistos isoladamente, os principais importadores do tabaco brasileiro foram a Bélgica (devido ao porto de Rotterdã, de onde o produto é reembarcado para outros países da União Europeia), China, Rússia, Holanda e Alemanha. Atualmente, mais de 100 países de todo o mundo importam o tabaco brasileiro.

Com relação à safra 2015/2016, o presidente Iro Schunke destaca que “no último mês de março contratamos uma pesquisa junto à PricewaterhouseCooper (PwC) que apontou para uma redução entre 6% e 10% no volume exportado este ano, comparativamente com a safra 2014/2015. A pesquisa foi refeita em meados do mês de agosto e foram mantidos esses mesmos percentuais de queda em termos de volume exportado e receita a ser auferida com as exportações. A safra 2015/2016 registrou uma queda de produção da ordem de 20% em relação à safra anterior e como o estoque do ano passado manteve-se em níveis normais, as exportações na safra 2015/2016 devem ficar em torno de US$ 2 bilhões”.

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De janeiro a julho, os embarques de tabaco apresentaram uma queda ade 9,3% em termos de valor e de 2,78% em volume. No período, a receita totalizou US$ 1,033 bilhão e o volume exportado somou 244,2 mil toneladas. Segundo o presidente do SindiTabaco, “a retração nas exportações reflete a redução das safras do ano passado e deste ano. E como o preço internacional do produto também tem caído, a receita auferida também registrou uma redução de 9,23% nos sete primeiros meses deste ano”.

Os números citados pelo presidente do SindiTabaco mostram que a cada ano o setor vê mais distantes os números alcançados em 2012. Naquele ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o Brasil exportou US$ 3,26 bilhões em tabaco processado, cifra recorde desde que o País assumiu a condição de maior exportador de tabaco em todo o mundo, no ano de 1993. Aquela marca superou o recorde anterior, registrado em 2009, quando as exportações totalizaram US$ 3,05 bilhões.

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Ainda que apresentando dados inferiores àqueles registrados nos anos dourados das exportações, a indústria do tabaco é uma importante fonte de receita para a balança comercial brasileira e desempenha papel relevante na economia de estados como o Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, que integram a Região Sul, responsável por quase 99% de todo o tabaco produzido e exportado pelo Brasil.

De acordo com o SindiTabaco, a acultura é uma das atividades agroindustriais mais relevantes para a economia do Sul do País. Em relação ao Rio Grande do Sul, ano passado, as exportações de tabaco foram responsáveis por 9,2% de todo o volume embarcado pelo estado e em Santa Catarina esse percentual foi de 7,1%.

Presente em 619 municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o tabaco é cultivado em uma área de 315 mil hectares: “são cerca de 700 mil pessoas e aproximadamente 170 mil famílias em todo o País envolvidas na produção do tabaco. Esse contingente torna-se ainda mais importante quando se vê que os produtores são minifundiários, com propriedades em torno de 15 hectares, dos quais apenas 15% a 16% são usados no cultivo do tabaco. A área remanescente é usada para outros cultivos ou preservada”.

Assistência Técnica_Carlos Nyland

Apesar dos números expressivos e da importância sócio-econômica representada pelo cultivo do tabaco, o presidente Iro Schunke afirma que “no Brasil, a indústria do tabaco é fortemente atacada, mais até mesmo que em outros países. O Brasil é um país protagonista do movimento antitabagista em nível mundial. Defendemos um equilíbrio entre as questões ligadas à saúde e a questão social, representada pela criação de emprego e renda, da receita gerada pelos tributos pagos pelas indústrias tabagistas. O setor paga anualmente entre R$ 12 bilhões e R$ 13 bilhões em impostos. O tabaco é produzido em mais de 600 municípios da região Sul do País e em menor escala nos estados da Bahia e de Alagoas. Em alguns desses municípios, 80% da economia local vem da produção do tabaco”

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