Brasília – A receita das exportações brasileiras de mel recuou 32% em maio desse ano na comparação com abril, fechando o mês com US$ 4,12 milhões em vendas e volume de 1,43 mil toneladas. É o segundo recuou em 2010 – em abril a queda foi de 12,4% em relação a março. O preço médio do produto ficou praticamente estável, em US$ 2,88/kg, embora tenha sido 11% maior que os US$ 2,59/kg pagos em maio de 2009.
Para Reginaldo Resende, coordenador nacional de apicultura do Sebrae, a queda em maio pode ser atribuída a três fatores: problemas climáticos, estoques em baixa e mercado interno aquecido. “No ano passado, as exportações cresceram 51%, mas a safra de 2009 foi afetada em função de estiagem nas regiões Norte e Nordeste e pelo excesso de chuvas no Sul e Sudeste. Entramos em 2010 praticamente sem estoques de mel e com um mercado interno e externo fortemente comprador, o que fez com que os preços não acompanhassem a queda nas quantidades exportadas”, explica.
O baixo nível dos estoques não ocorre apenas no Brasil. Na Argentina, a estiagem, que atingiu 90% do país, prejudicou a produção. Em 2009, os EUA colheram a sua pior safra de mel da história, inferior a 55 mil toneladas. A falta de produto no mercado internacional, porém, contribuiu para empurrar o preço para cima: de US$ 2,59 em maio de 2009 para US$ 2,88 no mesmo mês deste ano. “Provavelmente, os estoques internacionais de mel ainda continuam abaixo dos níveis normais, caracterizando-se uma situação de vazio de oferta, com as quantidades ofertadas inferiores aos volumes demandados”, afirma Resende.
Compradores – Em maio, 51,1% da receita total das exportações vieram dos Estados Unidos, US$ 2,11 milhões, a um preço de US$ 2,78/kg. A Europa comprou 48,58%, no total de US$ 2 milhões. O Reino Unido foi o principal destino na Europa, com US$ 1,1milhão, absorvendo 26% das vendas ao preço médio de US$ US$ 2,90/kg. A Alemanha foi o segundo mercado na Europa, com US$ 740,3 mil, ao preço de US$ 3,10/kg. Os outros países com importações residuais de mel do Brasil foram: Japão, Angola, Taiwan e Paraguai, em quantidades inexpressivas.
São Paulo permanece o estado que mais exportou, com US$ 1,2 milhão, respondendo sozinho por 31% das exportações brasileiras de mel. O Piauí assumiu o segundo lugar, com US$ 978.134,00, 24% do total exportado. O terceiro colocado foi o Ceará, com US$ 712.327,00, seguido de Santa Catarina, com receita de US$ 621.247. Quatro Estados obtiveram preços acima da média de US$ 2,88/kg: Minas Gerais (US$ 64,55/kg), Paraná (US$ 3,16/kg); Santa Catarina (US$ 3,08/kg); e Ceará (US$ 3,03/kg).
Apenas uma empresa de São Paulo respondeu por 18% do valor das exportações, com receita superior a US$ 500 mil. Somente nove empresas responderam por 66% da receita, realizando negócios na faixa de US$ 150 mil a US$ 500 mil, sendo duas de Santa Catarina, duas de São Paulo, duas do Piauí, duas do Ceará e uma do Rio Grande do Norte.
Na faixa de US$ 100 mil a US$ 150 mil, três empresas responderam por 8% da receita de exportação: uma do Ceará; uma do Rio Grande do Sul e uma de Santa Catarina. A maior parte, 11 das 24 empresas exportadoras, ficou com a menor parcela da receita da exportação de mel, com negócios até US$ 100 mil, por meio dos estados do Paraná, São Paulo, Piauí, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias