Brasília – Os apicultores brasileiros têm motivos de sobra para comemorar. Em março, o Brasil exportou 2,4 mil toneladas de mel, com receita de US$ 6,92 milhões. Em relação ao mês anterior, esses números representam aumento de 92% na quantidade e de 96% no valor. O preço médio pago pelo produto foi recorde, US$ 2,87/kg, aumento de 2,1% em relação ao mês anterior e de 19,6% no comparativo com março do ano passado.
Os Estados Unidos foram o principal destino das exportações, respondendo por mais da metade (58,2%) da receita total, ao preço de US$ 2,82/kg. A Alemanha foi o segundo mercado, com receita de US$ 1,4 milhão, significando 21,2% do valor total exportado, ao preço de US$ 2,98/kg. O Reino Unido absorveu 13,6% das exportações, com total de US$ 941 mil, pagando 2,83/kg.
Para Reginaldo Rezende, coordenador nacional de apicultura do Sebrae, o crescimento contínuo das exportações verificado desde o fim de 2009 deve-se provavelmente aos baixos estoques internacionais. Pelo terceiro ano consecutivo, a produção Argentina será negativamente afetada pela seca que já atinge 90% desse país. Em 2009, os EUA colheram a sua pior safra de mel da história, inferior a 55 mil toneladas.
Com relação ao mercado brasileiro, o estado que mais exportou foi São Paulo, com US$ 1,6 milhão. Rio Grande do Sul veio em seguida, com US$ 1,19 milhão. O terceiro lugar ficou com Ceará, com receita de US$ 1,17 milhão, seguido pelo Piauí, com US$ 1 milhão.
Apenas seis empresas responderam por 63% do valor das exportações no 1º trimestre deste ano: duas de São Paulo; uma do Rio Grande do Sul; uma de Santa Catarina; uma do Ceará e uma do Piauí. Outras seis empresas responderam por 24% da receita, por meio dos seguintes estados: duas de São Paulo; uma do Ceará; uma do Rio Grande do Norte; uma do Paraná e uma do Piauí. Sete exportaram 12% da receita total e quatro empresas responderam por apenas 1% do mel exportado.
Essa pequena concentração de empresas exportadoras de mel, segundo Rezende, é característica do setor, tanto no Brasil quanto no exterior. Entre os fatores que contribuem para essa realidade estão o baixo número de empresas compradoras e, principalmente, a desorganização do setor. “Temos tudo para ser um grande produtor, consumidor e exportador de mel. Mas, para isso, é preciso estruturar a governança, com cooperativas, associações, empresas e mercado forte”, afirma.
De acordo com o diretor geral da Central de Cooperativas Apícolas do Semi-Árido Brasileiro (Casa Apis), Antônio Leopoldo Santos, o setor precisa se organizar para entrar no mercado internacional.
A Casa Apis reúne nove cooperativas. Em 2009 o grupo produziu 400 toneladas de mel, das quais 200 toneladas foram vendidas para o governo brasileiro utilizar na merenda escolar, e as outras 380 toneladas seguiram para os EUA e para a Europa. “Para exportar mel, os produtores precisam ter qualidade, ficando atentos a questão dos controles sanitários e alfandegários, e volume”, disse.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias