Brasília – As exportações brasileiras de carne de frango, que atingiram recorde em 2015, devem continuar favorecidos pelo câmbio. Segundo o Departamento de Agricutura dos Estados Unidos (USDA na sigla em inglês), as exportações do Brasil devem crescer 3,7% neste ano na comparação com o ano passado, totalizando 3,88 milhões de toneladas.
A análise está no boletim Ativos da Avicultura, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).De acordo com estudo, as exportações de carne de frango no ano passado foram beneficiadas pelo câmbio e pelos casos de influenza aviaria nos Estados Unidos, principal concorrente do Brasil neste mercado.
O Brasil também pode enfrentar maior concorrência no mercado internacional. Os americanos, recuperados dos problemas com a influenza aviaria neste ano, devem aumentar sua oferta de carne de frango. “Além disso, é preciso ficar atento a novas configurações políticas entre as nações, como é o caso do Tratado Transpacífico, acordo comercial firmado em outubro entre o Japão, Estados Unidos e mais dez países, que deve facilitar as transações entre eles, inclusive de carnes”, afirma o boletim.
Mas, apesar do momento favorável às exportações por conta da valorização do dólar, o setor avícola brasileiro tem boas perspectivas também para o mercado interno em 2016, com aumento da produção e do consumo. Segundo dados do USDA, o consumo de carne de frango deve passar de 9,34 milhões para 9,6 milhões de toneladas, enquanto a oferta do produto deve subir de 13 milhões para 13,5 milhões de toneladas.
De acordo com o boletim, “além da possibilidade de preços ainda elevados da carne bovina, com as projeções de baixo crescimento da economia brasileira, o consumo de proteínas mais em conta, como o frango, tende a se sobressair”, explica o levantamento.
O boletim alerta, no entanto, para o aumento dos custos de produção, que já ocorreu em 2015, que também será impactado pela questão cambial, embora a valorização dos preços da carne tenha compensado a elevação dos custos. Este será um dos desafios neste ano, especialmente na parte de nutrição animal, pois os preços do milho e do farelo de soja, principais componentes das rações, devem subir. A alta da moeda norte-americana também deve encarecer outros itens importados utilizados na produção. Devem pesar, ainda, nos custos de produção, a energia elétrica e a mão de obra.
O estudo constatou alta dos custos de produção da avicultura integrada em 2015, na qual produtor e indústria firmam parceria em contrato para criação de animais e fornecimento de matéria-prima para a indústria. Entre as regiões analisadas pelo levantamento feito pela CNA e Cepea, o Custo Operacional Efetivo (COE), que engloba as despesas no dia a dia da atividade, subiu até 11% de janeiro a novembro, como ocorreu em Mato Grosso.
Um dos itens que mais pesou foi a energia elétrica, que teve aumento de até 59% em São Paulo no mesmo período. O combustível também influenciou o aumento do COE, principalmente em território paulista, com elevação de 21,66%. Em Minas Gerais, os gastos com a aquisição de maravalha, insumo utilizado na cama de frango, suplemento usado na alimentação animal, subiram mais de 20%. Em Mato Grosso, o uso do gás para aquecimento das aves nas granjas teve valorização de 31%.
Acesse a íntegra do Boletim: http://www.canaldoprodutor.com.br/sites/default/files/Ativos-Avicultura-n4.pdf
Fonte: CNA