Brasília – O custo da mão-de-obra na atividade florestal tem sido um fator preocupante para o produtor, especialmente após a crise enfrentada pelo setor a partir de 2008, em virtude do colapso na oferta de madeira para produção de celulose, carvão vegetal e painéis de madeira.
É o que mostra o Boletim “Ativos da Silvicultura”, elaborado pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Dendrus Projetos Florestais e Ambientais e a Universidade Federal de Viçosa (UFV).
O estudo revela que a viabilidade do investimento num projeto florestal é significativamente afetada pelas despesas com pessoal, pois a maioria dos trabalhadores florestais tem seu rendimento indexado ao salário mínimo, cujo valor nos últimos 10 anos foi amplamente superior aos índices de inflação.
Segundo o levantamento, o valor do salário mínimo mais que dobrou, passando de R$ 300,00/mês em 2005, para R$ 678,00/mês em 2013, equivalentes hoje a U$ 340,00. Neste mesmo período, o preço do carvão vegetal passou de R$ 415,00 para R$ 500,00 a tonelada: “apenas 1,2 vezes mais”, demonstra a análise feita pela CNA.
A atividade florestal é extremamente dependente do uso de mão-de-obra, mesmo quando implantada em áreas planas e mecanizáveis, onde determinadas operações – casos do combate a pragas, como a formiga, irrigação e aplicação de herbicidas – são realizadas manualmente.
Uma das alternativas sugeridas, com o objetivo de reduzir os gastos do produtor com mão-de-obra, está na substituição da capina manual pela química, “permitindo a eliminação de algumas operações de roçada e até de capinas manuais intermediárias”, assinala o documento.
Custo de produção
Numa comparação entre o último trimestre de 2012 e os primeiros três meses de 2013, o levantamento da CNA mostra que, no ano passado, o silvicultor da região de Curvelo (MG) precisava de 94,5m3 de madeira para cobrir seus custos de produção. Já no primeiro trimestre deste ano, foram necessários 100,8 m3 de madeira para cobrir os custos de produção.
Mesmo com todas essas dificuldades, segundo aponta o trabalho, o “silvicultor ainda consegue cobrir seus custos e obter algum ganho”. E, em razão do crescimento da demanda no segmento siderúrgico, acima de 4%, em 2013, as dificuldades enfrentadas pelo silvicultor poderão ser amenizadas, avalia o estudo.
Preço da madeira
O valor pago pelo metro cúbico da madeira de eucalipto em pé na região de Curvelo “permanece estagnado, variando entre R$ 45,00 e R$ 50/m3”, diz a nota técnica. Em 2012, eram necessários 13,82 m3 para o produtor pagar um salário mínimo ao seu empregado. Com o reajuste dado ao mínimo pelo governo, atualmente são necessários 15,07m3 para pagar o mesmo trabalhador, conclui o levantamento da CNA.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA