Da Redação
Brasília – A intensificação da ação conjunta com os Estados Unidos visando incentivar os fluxos bilaterais e a possível assinatura de um acordo de prestação de serviços com a China são as principais estratégias a serem colocadas em prática pelo governo brasileiro em mais uma tentativa de reduzir o elevado deficit que o País tem no comércio internacional de serviços.
Em 2015, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), as exportações de serviços totalizaram US$ 33 bilhões (com uma queda de 15,5% em relação aos US$ 39 bilhões exportados em 2014). Nesse mesmo ano, as importações do setor atingiram a cifra de US$ 68,9 bilhões (retração de 19,8% ante US$ 85,9 bilhões importados em 2014).
Em 2015, a corrente de comércio no setor de serviços totalizou US$ 101,9 bilhões, uma retração de 18,5% se comparada com a cifra de US$ 125 bilhões movimentada pelo setor no ano de 2014. Entre os principais exportadores de serviços, o Brasil apareceu, em 2015, na trigésima-segunda posição, com exportações de US$ 33 bilhões e uma parcela de 0,7% no comércio externo do setor.
Na avaliação do governo brasileiro, para tornar a balança do setor de serviços mais equilibrada, é importante que sejam implementadas ações visando aumentar o fluxo bilateral com o maior número possível de países e em especial com os grandes “players” do setor. São eles: Estados Unidos, Reino Unido, China, Alemanha e França.
Os Estados Unidos foram responsáveis, em 2015, por 14,5% de todo a movimentação mundial no setor de serviços, com exportações no valor de US$ 690,1 bilhões. Em segundo lugar desse ranking aparece o Reino Unido, com uma participação de 7,3% e negócios no total de US$ 345, 1 bilhões. Em franca ascensão nos últimos anos, a China ocupou o terceiro lugar com 6,0% de participação e receita de US$ 285,5 bilhões. Por sua vez, a Alemanha exportou serviços no montante de US$ 247,3 bilhões, correspondentes a uma participação de 5,2% das transações internacionais de serviços. Finalmente, em quinto lugar a França teve uma participação de 5,0% e exportações da ordem de US$ 2439,7 bilhões.
Com o objetivo de ampliar a participação brasileira nesse importante segmento do comércio internacional, o governo brasileiro pretende intensificar os contatos com os Estados Unidos para aprofundar a cooperação bilateral e melhorar a competitividade das empresas brasileiras do setor.
Segundo o secretário de Comércio e Serviços do MDIC, Marcelo Maia, “os Estados Unidos são o principal parceiro comercial do Brasil em serviços e embora já exista um comércio consolidado em diversos segmentos do setor, há ainda um grande potencial para explorar outras áreas que não alcançaram destaque no atual fluxo bilateral”.
De acordo com o MDIC, os serviços mais vendidos pelo Brasil para os Estados Unidos são os gerenciais, de consultoria gerencial, de relações públicas e de comunicação social, com uma participação de 14% no total das vendas brasileiras. Também são importantes as vendas nas áreas dos serviços intensivos em conhecimentos, como os serviços de consultoria, P&D e de Tecnologia da Informação.
Ao mesmo tempo em que busca ampliar as trocas com os Estados Unidos, o governo brasileiro aguarda com expectativa a possibilidade da assinatura de um acordo destinado a facilitar o intercâmbio da prestação de serviços com a China. O documento poderá ser firmado no dia 18 de outubro, à margem da reunião de cúpula dos BRICs, a ser realizada em Goa.
Terceiro maior exportador de serviços do mundo (atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino Unido, segundo dados do MDIC de 2015), a China tem interesse em ampliar o fluxo do comércio de serviços com o Brasil nas áreas de logística, serviços financeiros, automação bancária e tecnologia da informação, entre outras.