Empresários de Goiás otimistas com 2010

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Goiânia – Crescimento acima da média nacional é a expectativa dos membros do Fórum Empresarial Goiano para o ano que se inicia. Ao contrário da sugestão unânime de queda no crescimento para 2009, com as previsões negativas, o cenário agora é de recuperação. Em todos os segmentos da economia goiana a projeção é de bons resultados e acima dos obtidos nacionalmente. Mesmo assim, a cautela deve continuar sendo palavra de ordem.

 

Para o presidente da Federação da Indústria do Estado de Goiás (Fieg), Paulo Afonso Ferreira, investimentos públicos saudáveis na matriz de desenvolvimento do Estado vão impulsionar a economia goiana. Ele aponta que em 2010 a economia brasileira deve crescer na ordem de 5% e considera o percentual positivo. Já a goiana ficará entre 5,5% e 6%. No segmento industrial, a expansão estimada para o País é da ordem de 4%. “Em Goiás, esse percentual deve ficar em torno de 5% e 5,5%”, segundo Paulo Afonso.

 

“Temos que ter alguns cuidados, como não deixar haver retomada da inflação, e realizar alguns deveres, como a reforma trabalhista”, pontua o presidente. Paulo Afonso lembra que no início do ano a expectativa era de queda na economia nacional. De fato, o ano começou com retração nos dois primeiros trimestres, havendo retomada logo em seguida. As previsões atuais são de que o PIB fique estagnado, não confirmando o decréscimo.

 

“O mais importante é o cenário de alta no ponto de vista da economia. Goiás sofreu menos que boa parte do País de acordo com pesquisas”, destaca. O presidente da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), Alberto Borges de Souza, avalia que, embora o crescimento tenha sido quase nulo, o Brasil enfrentou a crise muito bem e saiu dela rapidamente. “Com os efeitos da crise amortecidos, o Estado entra num ciclo de crescimento”, pontua Alberto.

 

Segundo ele, em 2009 o crescimento no setor industrial ficou entre 2% e 4%, com todos os investimentos planejados antes da crise concluídos. Para 2010, a previsão é consensual, em torno de 5% no PIB. Para Goiás a previsão é de crescimento de 7% estimulada pela política de atração de investimentos realizada pelo governo estadual.

 

“As respostas não são imediatas, mas Goiás tem tido uma política pública estruturante”, justifica. Fecomércio: 2010 será melhor Para o presidente da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio), José Evaristo dos Santos, considerando a reação da economia em 2009 e a estabilidade já verificada, com geração de empregos e projeção, do próprio governo, de um crescimento de 5% no PIB, as expectativas apontam para um 2010 bem melhor que 2009.

 

Uma pesquisa feita pela federação levantou que 79% dos empresários goianos entendem que 2010 será melhor que 2009 e, por isso, pretendem investir no negócio com ampliação do ponto e do espaço físico. Ele atribui as boas esperanças ao maior volume de investimentos, ao crescimento da geração de empregos e à melhora na movimentação da economia, considerando as eleições e copa do mundo no próximo ano. O presidente da Federação da Câmara de Dirigentes Lojistas do Estado (FCDL), Agenor Braga e Silva, avalia que o ano de 2009 se mostrou bom para a economia goiana.

 

Mesmo com a apreensão verificada no início do ano, o fechamento anual acabou se revelando não tão ruim como poderia ser. “Tivemos um primeiro semestre cauteloso com bancos e financeiras com receio e restringindo o crédito. Na prática todos ficaram cautelosos”, lembra. O presidente computa crescimento estimado na ordem de 5% em 2009, considerando a mesma base de lojas, com variação em alguns segmentos.

 

“Isso é muito bom, tendo em vista que a previsão era de queda de até 20% sobre 2008”. Para 2010 Agenor Braga é otimista e estima que a economia goiana crescerá entre 10% e 15%. Acieg projeta expansão de 7% no ano De acordo com o presidente da Associação Comercial e Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (ACIEG), Pedro Bittar, no ano que vem haverá um crescimento entre 6% e 7% na economia. Em 2009 o setor produtivo pôde mostrar sua competência.

 

“Entramos muito bem na crise e saímos mais fortalecidos. Temos que ser otimistas, mas é preciso trabalhar com os pés no chão”, diz Bittar. Ele pontua que o crescimento foi de 4%, superior ao esperado. “Teremos um ano de 2010 fantástico. Tivemos o melhor Natal dos últimos 12 anos. As vendas foram 23% maiores que no Natal passado. Se observado isso teremos um crescimento muito bom em 2010”, acredita. A desoneração de PIS, Cofins e IPI é apontada pelo presidente como importante para o desenvolvimento nacional e estadual.

 

“Temos observado que o governo começa a abrir mão de alguns tributos. Isso aumenta a arrecadação. Vende-se muito mais. Por isso é preciso continuar com essa política ”, conclui. Na agricultura, as esperanças também são positivas. O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (FAEG), José Mario Schreiner, cita as projeções nacionais para 2010. “No agronegócio trabalhamos nessa mesma linha e com crescimento da colheita em torno de 4%. Com isso, deve haver uma reposição dos estoques mundiais de alimentos, o que faz com que os preços caiam”, destaca.

 

De acordo com Schreiner restam ainda algumas preocupações. “Temos alguns desafios, como a questão ambiental. O Brasil deve manter um código de preservação e procurar equilíbrio para uma política ambiental adequada”. Destaca também que a questão cambial ainda gera preocupações no setor, mas lembra que mesmo com o real valorizado em cerca de 25%, o agronegócio representou 78,25% da movimentação da balança comercial goiana em 2009. Schreiner pontua que em 2009 a crise atingiu o setor na profundidade esperada. “Tivemos queda no PIB de 5,3%, a produção caiu 4% sobre 2008.

 

Fonte: Diário da Manhã

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