Em visita a Rabat, chanceler Mauro Vieira discute ampliação do comércio entre Brasil e Marrocos

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Rabat – Os setores de saúde, alimentos, defesa e serviços são alguns da indústria brasileira que desejam ampliar sua presença no mercado marroquino e participaram nesta quinta-feira (10) do Encontro de Negócios Brasil – Marrocos, organizado pelo Ministério das Relações do Brasil em Rabat, a capital do país árabe. A delegação brasileira é chefiada pelo titular da pasta, ministro Mauro Vieira, que visitou também Etiópia e irá ainda para a Tunísia com o grupo.

Marcos Carrieri/ANBA

El Alamy: Marrocos investe no setor industrial
El Alamy: Marrocos investe no setor industrial

Em sua apresentação, Vieira afirmou que a balança comercial entre os dois países cresceu mais de dez vezes entre 2002 e 2012, mas não desenvolve todo o seu potencial. Observou também que as trocas comerciais são concentradas em poucos produtos. Basicamente açúcares partem do País com destino ao Marrocos, que, por sua vez, envia fertilizantes ao Brasil.

“Está mais do que na hora de ampliar essa pauta (de exportações). O Marrocos tem uma grande área arável, então demanda máquinas e insumos, uma necessidade que pode ser atendida pelas empresas brasileiras”, disse. “Os encontros (que decorrerão do seminário) têm um grande potencial. Queremos realçar os negócios dos dois lados e também atrair empresas marroquinas ao Brasil, nossas portas estão abertas”, disse o ministro, citando como setores que demandam investimentos os de logística e de infraestrutura.

A balança comercial entre os dois países é deficitária para o Brasil. Em 2015, os brasileiros exportaram US$ 494,2 milhões ao Marrocos e importaram US$ 739,78 milhões, com uma corrente de comércio de US$ 1,23 bilhão. “Queremos identificar áreas em que compartilhamos interesses, em que temos vantagens comparativas e setores que permitam a realização de parceria. Muito pode vir para o desenvolvimento e bem estar de nossos povos”, disse Vieira.

Marcos Carrieri/ANBA

Empresários: desejo de ampliar vendas
Empresários: desejo de ampliar vendas

O ministro da Indústria, Comércio, Investimentos e Economia Digital do Marrocos, Moulai El Alamy, afirmou que o país do Norte da África está investindo no crescimento do setor industrial e observou que é preciso que as empresas dos dois países se reúnam e negociem para que as exportações cresçam. A presidente da Confederação Geral das Empresas do Marrocos (CGEM), Meriem Bensalah-Chaqroum, afirmou que é preciso identificar as sinergias nos setores que podem se complementar e citou como exemplos as indústrias farmacêuticas e de alimentos e o setor de transportes.

Pelo lado brasileiro participam do encontro as construtoras Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez, a processadora de alimentos BRF, a fabricante de aviões Embraer, a empresa do setor de defesa Avibras, a farmacêutica Eurofarma, a fabricante de equipamentos neonatais Fanem, a Volkswagen do Brasil e a Itec Engenharia. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina (Abiec) e Câmara de Comércio Árabe Brasileira também integram a delegação brasileira.

Das 52 empresas marroquinas que participaram do encontro, havia representantes do setor farmacêutico, de construção, engenharia, tradings de alimentos e companhias que já atuam no Brasil, como a OCP, de fertilizantes, e a companhia aérea Royal Air Maroc.

Antes da abertura do encontro, o ministro Mauro Vieira se reuniu com as empresas brasileiras. Estas, por sua vez, apresentaram suas intenções no mercado marroquino e os desafios que enfrentam para ampliar sua presença nele. Uma das companhias negocia a venda de equipamentos de tecnologia, porém perdeu contato com os integrantes do governo local nos últimos anos. As empresas do setor de alimentos afirmaram que há dificuldade em exportar para o Marrocos devido a barreiras tarifárias. No caso da carne bovina, o imposto de importação inviabiliza uma expansão nas vendas. No mesmo encontro, representantes do governo e dos empresários reconheceram que um dos setores com potencial de crescimento é o de prestação de serviços em transporte, assim como a construção da infraestrutura local.

Após passar pelo Marrocos, Vieira segue para a Tunísia, última etapa da sua visita aos três países africanos. Ele esteve na Etiópia, que não é um país árabe, na segunda-feira (07) e na terça-feira (08).

O gerente de relações governamentais da Câmara Árabe, Tamer Mansour, afirmou que após o encontro, a relação entre os dois países alcançará outro patamar. “O seminário foi positivo pois deu uma visão ampla em relação ao que cada um dos países deseja. O objetivo são as parcerias. Não é mais só exportar e importar. Os dois lados querem parcerias mais profundas entre empresas. Destaco as palavras do ministro Mauro Vieira em relação à importância do Marrocos, não apenas para os países árabes, mas também para a África, é uma porta de entrada dos produtos brasileiros”, disse.

Fonte: ANBA

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