Em apenas quatro meses, o Brasil acumula saldo de US$ 3,892 bilhões no comércio com a China

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Da Redação

Brasília – Enquanto as exportações brasileiras para a China não param de crescer, puxadas sobretudo por um aumento de 47,53% nas vendas da soja, as exportações chinesas para o Brasil seguem trajetória no sentido oposto e amargam uma forte retração de 39,30% entre os meses de janeiro e abril comparativamente com o mesmo período de 2015. As exportações brasileiras para o principal parceiro comercial do País totalizaram US$ 11,268 bilhões, enquanto a China exportou para o Brasil mercadorias no montante de US$ 7,376 bilhões.

A ser mantida essa tendência, o Brasil poderá obter um saldo récorde na história do comércio com os chineses. O maior superávit foi registrado em 2011, quando a balança bilateral foi favorável ao Brasil em US$ 11,524 bilhões. Em apenas quatro meses de 2016 o saldo já atingiu a cifra de US$ 3,892 bilhões.

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em todos os meses deste ano a balança comercial foi favorável ao Brasil. No mês de março, graças ao forte crescimento das exportações de soja, as vendas para a China deram um salto de +105,91% em comparação com o mês de fevereiro e totalizaram US$ 3,752 bilhões. Apenas naquele mês, o superávit em favor do Brasil foi de US$ 1,826 bilhão.

Em abril, as exportações voltaram a crescer, ainda que num ritmo menos acentuado (+27,98%), e somaram US$ 4,302 bilhões, mas o saldo foi o maior registrado este ano e chegou a US$ 2,871 bilhões.

Ao passo em que as exportações brasileiras cresciam, as vendas chinesas registraram duas quedas expressivas (nos meses de  janeiro, fevereiro e abril). Março foi o únco mês do quadrimestre em que as exportações chinesas mudaram essa tendência e cresceram +12,45%. Nos quatro meses do ano, a China viu suas exportações para o Brasil despencarem -39,30%.

Exportações brasileiras

Nunca o Brasil exportou tanta soja para a China quanto nos quatro primeiros meses deste ano. Em volume foram embarcadas mais de 16 milhões de toneladas de soja, mesmo triturada, gerando uma receita de US$ 5,779 bilhões. Em igual período do ano passado os chineses importaram pouco mais de 10 milhões de toneladas a um custo de US$ 3,917 bilhões. Com esses números, a soja foi responsável por 51,29% de todo o volume exportado para a China.

Mas se a receita obtida com as vendas de soja tiveram um forte aumento, o mesmo não aconteceu com as exportações dos outros dois produtos que lideram a pauta exportadora para o gigante asiático, os minérios de ferro e petróleo. Os minérios de ferro tiveram uma queda de 19,59% e geraram receita no total de US$ 1,480 bilhão, contra US$ 1,840 bilhão exportado nos quatro primeiros meses do ano passado. Queda ainda mais acentuada foi registrada nas vendas de petróleo: -26,44% para US$ 979 milhões, ante US$ 1,330 bilhão de janeiro a abril de 2015.

Mas se esses produtos tiveram quedas relevantes, a receita que deixou de ser gerada com suas exportações foi compensada, pelo menos em parte, pelo aumento nas vendas de produtos como carne de frango (US$ 256 milhões, contra US$  179 milhões exportados no ano passado), de carne bovina, que apareceu pela primeira vez com dados relevantes na pauta exportadora para a China, com vendas no total de US$   214 milhões, e de catodos de cobre refinado, item que gerou receita de US$ 254 milhões este ano.

E se no passado recente apenas três produtos (soja, minérios de ferro e petróleo) chegaram a ser responsáveis por cerca de 90% de todo o volume exportado pelo Brasil para a China, o primeiro quadrimestre de 2016 mostra uma alteração nesse panorama. No período, os três produtos responderam por pouco mais de 73% das vendas aos chineses.

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