Brasília (Comex-DF) – Principal parceiro comercial do Brasil, à frente de países como os Estados Unidos e a Argentina, a China já ocupa a sétima posição tanto entre os países de destino das exportações do Distrito Federal como entre os abastecedores do mercado brasiliense.
Apesar disso, os números do comércio DF/China são ainda bastante modestos e para se tornarem mais relevantes faz-se necessário que os agentes comerciais (GDF, instituições como a Fibra e os próprios empresários) elaborem uma estratégia visando ampliar as trocas comerciais bilaterais.
A importação crescente de commodities (minério de ferro e complexo soja principalmente) fez da China o maior parceiro comercial do Brasil. Entre janeiro e outubro, as exportações brasileiras para a China somaram US$ 17,7 bilhões, contra US$ 12,8 bilhões vendidos aos Estados Unidos e US$ 9,5 bilhões exportados para a Argentina. No tocante ao Distrito Federal, soja e carne de frangos são os principais produtos vendidos para os chineses mas as exportações ainda são modestas, apesar de apresentarem grandes possibilidades de ampliação se trabalhadas de forma mais agressiva.
Segundo analistas do comércio exterior ouvidos pelo Comex-DF, os números do comércio entre o DF e a China refletem o quadro geral do intercâmbio entre o Brasil e aquele país e, apesar de ascendentes, as cifras sáo ainda modestas. Prova disso é a participação reduzida que o Brasil detém no comércio da China com o resto do mundo.
De acordo com a fonte, o governo brasileiro precisa negociar com os chineses uma nova pauta para o comércio bilateral mais condizente com a atual realidade da economia e do comércio internacional brasileiros, de modo a permitir que o país não se limite a exportar para a China quase que essencialmente produtos primários de baixo valor agregado.
E mesmo entre os produtos primários há que se encontrar uma fórmula que permita desmantelar as barreiras impostas por Pequim às exportações brasileiras de carne bovina e suína, além de estabelecer uma maior abertura para a entrada da carne de frango brasileira no mercado chinês.
Outro aspecto que deveria merecer maior atenção das autoridades brasileiras reside na necesidade de uma ação concreta do mais alto nível com o objetivo de fazer com que a China finalmente cumpra o contrato prevendo a compra de 40 aviões produzidos pela Embraer e também passe a importar outros produtos industrializados brasileiros.
A fonte destaca também que o próprio governo, através do Ministério das Relações Exteriores, precisa mudar sua percepção da China e dispensar àquele país um tratamento condizente com seu peso político e econômico específico. Em outras palavras, a diplomacia brasileira não vê a China como maior parceiro comercial do país e por isso mesmo não conta, em sua embaixada em Pequim e nos consulados instalados em Xangai e em outras cidades, com um número de diplomatas que sequer se aproxime mesmo de países como a Argentina e o México, sem falar das grandes potências, que mantêm verdadeiros exércitos de diplomatas nas principais cidades chinesas.
Crítica idêntica é feita pela fonte ao empresariado nacional que, em sua visão, ainda não descobriu todo o imenso potencial que representa o mercado chinês. A opinião é reforçada com o argumento de que apenas 39 empresas brasileiras estão instaladas na China e, em sua maioria, contam com números reduzidíssimos de funcionários, ao contrário do que fazem as grandes e médias corporações de todos os países que mantêm relações comerciais expressivas com os chineses.
Comércio com o DF
Apesar de tudo, este ano a China finalmente parece ter entrado no radar dos agentes responsáveis pelo comércio exterior do Distrito Federal. Sob o prisma das exportações, pela primeira vez os chineses figuram entre os dez maiores clientes dos produtos brasilienses, ocupando, mais precisamente, a sétima posição desse ranking.
De janeiro a outubro, as exportações para a China somaram US$ 5,126 milhões, um aumento de 389,22% em comparação com US$ 1,047 milhão vendido aos chineses nesse mesmo período de 2008. Em 2009, a China foi o destino final de 4,58% de todo o volume exportado pelo DF.
Em relação às importações do DF, os números são bem mais expressivos mas este ano o panorama do comércio bilateral é marcado pela queda expressiva das exportações chinesas. De janeiro a outubro totalizaram US$ 32,720 milhões e foram inferiores em 15,90% aos US$ 50,799 vendidos pelos chineses ao DF em igual período do ano passado. A participação chinesa no volume importado pelo Distrito Federal foi da ordem de 3,68%, contra 4,46% em 2008.