Erick Isoppo, co-fundador e CEO da IDB do Brasil Trading.

Desafios em comércio exterior: BI e IA como tendências para 2024

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O ano de 2023 foi marcado por eventos imprevisíveis e desafios que impactaram o cenário mundial de comércio exterior. Com a chegada de um novo ano é inevitável olhar para o futuro e analisar as tendências que moldarão o setor em 2024. 

O ano de 2023 foi caracterizado por incertezas decorrentes da transição de governo e dúvidas em torno da guerra na Rússia durante o primeiro trimestre. Esse período deixou as operações comerciais em um estado de especulação, gerando um ambiente de cautela e exigindo mais planejamento estratégico.

No entanto, à medida que o segundo trimestre se desdobrou, ocorreu uma virada significativa. Surgiram fatores positivos que beneficiaram o setor, entre eles, a redução dos juros, que atendeu às expectativas e agradou os empresários. Essa redução permitiu que as empresas reagissem ao cenário cauteloso e buscassem estratégias mais robustas para as operações de importação e exportação, que ganharam mais eficiência e tranquilidade em sua retomada.

Direcionando o olhar para 2024, com a forte retomada das operações, pode-se vislumbrar um cenário mais otimista, impulsionado pela expectativa de que a redução das taxas continue gerando impactos positivos para o mercado. Além disso, a consolidação da política econômica também favorece o cenário. Ao proporcionar previsibilidade, permite que as empresas desenvolvam estratégias de longo prazo com mais confiança. Nesse contexto, os empresários devem concentrar seus esforços na identificação de oportunidades para aproveitar esse momento favorável. 

Tecnologia no comércio exterior

Vale destacar o papel crucial da tecnologia em 2024. O próximo ano vai demandar cada vez mais investimentos em tecnologia, sendo uma tendência explorar melhor o uso da IA e do BI.

O comércio exterior possui certa complexidade, pois demanda de muitas documentações, comprovações e fatores legais em seus processos, que podem ser facilitados por ferramentas tecnológicas para operar com menos riscos e mais facilidade, agilidade e eficiência. 

Entre essas ferramentas destaca-se o uso do BI (Business Intelligence), que tem se revelado como uma ferramenta muito promissora e imprescindível para melhoria dos processos do comércio exterior em indicadores, devendo ser foco de mais investimentos no ano seguinte, já que é uma forma de investir em tecnologia de modo simples, mas com grande retorno. De acordo com pesquisa da Harvard Business Review Analytics Services de 2019, 73% dos líderes tomam suas decisões baseadas em análises avançadas, como o BI pode fornecer. 


O BI permite que as empresas organizem, coletem e visualizem melhor os dados, de maneira mais interativa e intuitiva. A ferramenta também auxilia líderes e empresários a acompanharem os indicadores para tomada de decisões. 

Em comércio exterior, a ferramenta pode ser utilizada em diversas frentes, como: dados de regulamentações aduaneiras, fluxo de mercadorias, mudanças nas legislações, serviços de desembaraços, desempenho logístico, entre outros. Sem dúvidas, é um mecanismo que pode contribuir muito para a melhoria e sucesso das empresas, uma vantagem significativa que fornece insights valiosos e análises personalizadas.

Ainda tratando sobre tecnologia, outra ferramenta que tem estado cada vez mais presente no nosso cotidiano e marcando presença no mercado empresarial é a inteligência artificial (IA), que vem impactando significativamente o comércio exterior ao mudar a forma como as empresas executam suas estratégias e operações e, assim, conduzem os negócios. No Brasil, 41% das empresas já passaram a utilizar a inteligência artificial ativamente, segundo o Global AI Adoption Index 2022, conduzido pela Morning Consult para a IBM.


Enfrentamos um desafio diário e necessário de como incorporar cada vez mais a IA no dia a dia de trabalho, em busca de usufruir o melhor da inteligência a nosso favor. Precisamos entender e enxergar que o uso dessa tecnologia é mais uma possibilidade para aumentar a eficiência e a precisão nas operações no mercado do comércio exterior a partir da automação de processos, como por exemplo, utilizá-la para monitorar dados estatísticos, analisar o mercado, aperfeiçoar as atividades, prever futuras demandas, entre outros contribuindo para o crescimento do negócio. 


A utilização dessas ferramentas é um passo importante para o avanço tecnológico que indica resultados positivos para cada empresa e para o setor como um todo, contribuindo assim para o crescimento e a competitividade do comércio exterior. É importante ressaltar que este é apenas o ponto inicial de um avanço ainda mais significativo na inovação. 

Com a chegada de novas tecnologias, o potencial de transformação e eficiência é muito ampliado. Investir em tecnologia não apenas traz benefícios imediatos para a empresa, como também posiciona a organização à frente dos concorrentes no futuro. Empresas que não aderirem essa modernização não apenas deixam de aproveitar oportunidades, mas correm grande risco de perder seu potencial competitivo. 


Então é crucial compreender e identificar as necessidades da empresa, assim como pontos frágeis que as ferramentas podem aprimorar, antes de escolher a opção ideal. A análise deve abranger valores, escalabilidade, facilidade de uso e integração com outros sistemas já utilizados. Posteriormente, é fundamental realizar treinamentos de equipe com funcionários para garantir uma modernização completa e eficaz para a empresa. 


Para concluir, considerando o contexto e as dificuldades enfrentadas ao longo deste ano, ao projetarmos o cenário para 2024 vislumbramos um período desafiador, mas em clima de otimismo crescente e perspectivas muito promissoras. A combinação de diversos fatores, aliada à aplicação de tecnologias como o BI e inteligência artificial, surge como uma abordagem essencial para encarar as adversidades e explorar as oportunidades no próximo ano.  

Mais do que simplesmente superar as dificuldades, essa sinergia visa prosperar em um ambiente comercial em constante evolução. Baseado em insights estratégicos e uma cultura de inovação, esse panorama desenha um caminho positivo para o comércio exterior em 2024, estabelecendo as bases para um crescimento bem-sucedido.  

(*) Erick Isoppo, co-fundador e CEO da IDB do Brasil Trading

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