São Paulo – Apresentar contexto, números, desafios e oportunidades para que a produção nacional de pescado e frutos do mar conquiste novos mercados no exterior. Este foi o objetivo do Fórum de Internacionalização do Pescado Brasileiro, realizado como parte da programação de conteúdo da “Seafood Show Latin America”, e também transmitido via online.
Participaram do fórum Jairo Gund, Secretário de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcel Moreira, diretor do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, e Deborah Rossoni, gerente de Competitividade e Ensino da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Ricardo Torres, diretor da Seafood Show, atuou como mediador.
Por meio de um vídeo gravado, o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, deixou uma mensagem reforçando o potencial internacional do pescado brasileiro. “Já somos destaques na exportação de outras proteínas animais e grãos, que estão sempre quebrando recordes. Agora é a vez do pescado. Temos todas as condições para sermos grandes produtores e exportadores desses produtos”, afirmou, destacando que o governo vem desenvolvendo ações para estimular a produtividade, a sustentabilidade e a competitividade do setor.
Na sua apresentação, Gund mostrou números que ajudam a contextualizar o momento das exportações de pescados. São informações que revelam gargalos e oportunidades que podem ser abordadas em ações e planejamentos estratégicos.
O secretário mostrou que 51% do business mundial de proteína animal é de pescado, no entanto, o Brasil ainda ocupa apenas a 50ª posição no ranking de exportadores globais desse produto, ao mesmo tempo que é o 30º maior importador. “Nosso objetivo é fazer o setor ir cada vez mais longe, explorando todo seu potencial. Mas, além de gerar negócios, queremos construir uma imagem do Brasil no exterior como produtor que tem qualidade com sustentabilidade”, afirmou Gund.
Em sua fala, Moreira apresentou quais iniciativas têm estado em andamento na Secretaria de Comércio e Relações Internacionais. “Desde 2019, já conseguimos a abertura de 233 novos mercados para o pescado brasileiro no exterior. São mercados em diferentes países e para diferentes tipos de espécies e produtos”, conta Moreira, ilustrando quais são as etapas, dificuldades e pontos críticos para a execução desse trabalho.
“É um trabalho feito por nossos 28 adidos agrícolas que atuam em 27 países com o objetivo de facilitar a promoção comercial do agro brasileiro”, informa Moreira. “Porém, muitos desses adidos não tinham informações completas sobre o potencial dos pescados brasileiros. Mas isso vem mudando e as ações tendem a ser mais consistentes.”
Para conquistar os novos objetivos, Moreira aponta que os próximos passos incluem ações de definição de prioridades do setor, avaliação de espécies e seus potenciais de exportação e iniciar negociações em mercados ainda fechados. Todas as ações sempre em linha com a melhora da imagem do Brasil no exterior.
Já Rossoni, em sua apresentação, falou sobre o papel fundamental que a Apex-Brasil exerce no estímulo à internacionalização de produtos brasileiros e como pode ajudar o setor de pescados a conquistar mais espaço. “A Apex está aqui para ajudar a mudar a realidade do setor. Queremos olhar para as oportunidades e pensar o que podemos melhorar para conquistar novas oportunidades. Queremos construir um projeto setorial juntos”, enfatizou.
Ela ainda destacou os principais motivos pelos quais as empresas devem buscar a exportação de seus produtos. Entre eles estão o aumento de produtividade, a otimização de custos, a mitigação dos impactos de sazonalidades nas vendas e o valor que isso agrega à marca. Por outro lado, trouxe também os desafios de exportar, o que demanda investimentos, estratégias bem definidas, capacidade logística e, sobretudo, qualificação.
Entre as ações que a Apex-Brasil realiza para qualificar exportadores estão oficinas de competitividade, seminários sobre mercados estratégicos e cursos de marketing internacional. “É preciso ter preparo para atuar no mercado externo. Muitas pessoas investem em participar de feiras no exterior, mas não preparam uma tabela de preços em dólar, não estudam o mercado local. É preciso se qualificar adequadamente para obter sucesso”, alerta Rossoni.
(*) Com informações da Francal Feiras