Deficit no comércio com a UE segue em alta e totaliza US$ 2,9 bilhões no primeiro quadrimestre

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Da Redação

Brasilia – O deficit acumulado pelo Brasil no comércio com a União Europeia não para de crescer e teve uma alta de 27,44% no primeiro quadrimestre do ano, saltando de US$ 2,311 bilhões registrados nos primeiros quatro meses de 2013 para US$ 2,945 bilhões em igual período deste ano.

De janeiro a abril, as exportações brasileiras para o bloco europeu somaram US$ 12,642 bilhões (US$ 14,180 bilhões em 2013), enquanto as vendas europeias atingiram o montante de US$ 15,587 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Nesse cenário de deficit crescente e queda relevante nas exportações, setores da indústria e do agronegócio aguardam com expectativas distintas o desfecho das negociações de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Do lado industrial, a certeza de que a assinatura do acordo permitirá a entrada no País dos mais diversos produtos europeus a preços altamente competitivos. Enquanto isso, o setor agrícola acredita que a assinatura do documento possibilitará um aumento importante das exportações de seus produtos para o mercado europeu, principalmente de carnes e oleaginosas.

Produtos primários x industrializados

Além do fato de ter uma queda expressiva de US$ 1,518 bilhão em apenas quatro meses nas exportações para aquele que é, como bloco, o maior parceiro comercial do País, o Brasil enfrenta, no intercâmbio com a União Europeia problemas decorrentes da forte concentração de suas exportações em produtos primários, de baixo valor agregado. Enquanto isso, do outro lado, a pauta exportadora europeia é constituída essencialmente por bens industrializados.

De janeiro a abril, o complexo soja foi o principal produto exportado para a União Europeia e no conjunto proporcionou receita de mais de US$ 2,187 bilhão (US$ 1,225 bilhão em bagaços e outros resíduos sólidos, da extração do oleo e US$ 962 milhões em soja, mesmo triturada). Outras commodities importantes da pauta exportadora foram minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados (US$ 1,003 bilhão), café não torrado, não descafeinado, em grão (US$ 862 milhões), pasta química de madeira (US$ 695 milhões), oleo diesel (US$ 565 milhões) e petróleo (US$ 283 milhões).

Do lado europeu, os principais produtos exportados para o Brasil foram gasolina (US$ 498 milhões), automóveis (US$ 387 milhões), outras partes e acessórios de carroçarias para automóveis (US$ 196 milhões), outras partes e acessórios pra tratores e automóveis (US$ 174 milhões), anticorpo humano (US$ 160 milhões), outas partes para aviões ou helicópteros (US$ 152 milhões) e caixas de marchas (US$ 144 milhões).

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