Como medir o potencial de mercado internacional para o seu negócio

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Muitas empresas e organizações costumam buscar informações sobre quanto os países importam de um determinado bem ou produto. Mas é possível ir além!

Rodrigo Solano (*)

Há alguns anos publiquei um artigo na página TGPubli da Think Global: “Como fazer uma Pesquisa de Mercado”. Nele trato de importantes aspectos a serem considerados quando se pensa em exportar ou vender produtos e serviços ao público estrangeiro, além de fornecer links para sites de órgãos oficiais com informações gratuitas.

O conteúdo dividido em 7 tópicos pode fornecer um auxílio básico sobretudo aos iniciantes. Contudo, quando se quer exportar valor agregado através de marcas que conversem com o desejo dos compradores é preciso considerar um planejamento estratégico intercultural.

Quando trazemos as ciências da comunicação para a gestão de negócios, podemos adquirir um know-how bastante enriquecedor, sobretudo numa época em que as plataformas digitais colocam uma enorme quantidade de pessoas e inteligência artificial num fluxo de comunicação com dimensões e dinamicidade jamais vistas no passado.

É nesse contexto que importa compreender o que é cultura de forma ampla, pois esta influencia fortemente nos desejos dos indivíduos, inclusive o de adquirir bens, viajar, assistir produções artísticas etc., ou seja, consumir. Entre as ferramentas estratégicas que adoto como base para apoiar empresas e organizações, costumo usar a Semiótica, que é, de maneira simples, o estudo dos significados.

Os significados do que ofertamos para o nosso público-alvo varia conforme sua cultura, que prefiro tratar como experiências colaterais – conceito da Semiótica que tem relação com tudo o que as pessoas vivenciam e interpretam e influenciam em como vão perceber o que apresentamos. Isso inclui as culturas nacionais, as línguas, o ambiente algorítmico (universo de desejos expresso nas redes), o que acessa nas mídias, que hoje vão muito além da TV e publicações compreendendo YouTube, TikTok, Instagram e até Whatsapp etc.

Dado esse contexto, a dimensão real do mercado para os que temos a oferecer é o a estimativa de um grupo de pessoas com determinado comportamento de consumo (cultura) em que nossa oferta produziria o desejo de compra. Conhecer o universo simbólico em que vivem, e suas experiências, nos fornece índice de seus desejos.

A par dessa informação, podemos decidir se adaptamos a estratégia de comunicação (marca, embalagem, material promocional etc.) ou direcionamos nossa produção a um público mais propenso a consumi-la.

Por exemplo, as pessoas podem consumir um chocolate com uma embalagem sem informação e de baixa qualidade. É possível que foquem no preço ou no comportamento indulgente, que varia entre os grupos culturais assim como outros aspectos comportamentais. Já uma embalagem, que de forma simples, mostre que aquele produto é único, especial e tem uma estética semelhante àquilo que o comprador costuma valorizar, tende a interagir com sua curiosidade e desejo de compra. Mas a embalagem deve estar dentro de um planejamento estratégico intercultural, que envolve marcas e sua gestão interação com o público de forma que seja agradável aos seus olhos, ouvidos, e outras formas de percepção.

Esse modo de dimensionar o mercado conversa com estratégias para valorização de produtos, serviços e produções artísticas, através de um planejamento estratégico intercultural. As decisões de compra e consumo tendem ser menos influenciadas pelo preço, já que o que temos a oferecer agrega valor simbólico, pois interage com as emoções e os desejos do público-alvo.

O planejamento deve ser embasado e focado em entregar valor efetivo, tanto simbólico quanto tangível, ao público aderente. Mas para isso é preciso entender o mercado humano mais a fundo, sua intimidade, suas emoções e seus desejos. E essa é a pesquisa que costumo propor para um dimensionamento qualitativo que deve ser acrescentado aos números, que menciono no artigo publicado na TGPubli.

Com isso, a dimensão potencial do mercado deixa de ser o volume já consumido por um determinado grupo cultural (nações, grupos sociais, identidades, classes) e passa a fazer parte do planejamento estratégico intercultural para estimar quem consumiria, o que poderia ser adaptado com o menor custo-benefício e apresentado como novidades surpreendentes e integradas ao ambiente cultural do nosso público e, portanto, seus desejos. É uma proposta de soluções, satisfação genuína e relacionamento com criação de vínculo afetivo com grandes chances de sucesso!

Rodrigo Solano, Estratégias para Conquistar seu Público – Planejamento Intercultural

Contato:

Dicas e gratuidade de livros e indicações de fontes para potencializar seus resultados através da inteligência cultural: Instagram, Linkedin e YouTube – @tgintercultural

Pessoal: Linkedin.com/in/rodrigosolano

(*) Rodrigo Solano –   Professor e Especialista em Comunicação e Marketing Internacional – Think Global

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