Comércio justo movimenta R$ 4,42 bilhões no agronegócio em mais de 50 países

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Regina Xeyla, enviada da ASN a Mossoró

Mossoró – As vendas no varejo em 2009 superaram dois bilhões de euros (R$ 4,42 bilhões), representando aumento de 22% com relação a 2008. O volume de bananas cresceu 28% em comparação aos dois períodos (300 mil toneladas). Cerca de um milhão de agricultores foram beneficiados diretamente em 50 países. Esse é o cenário internacional do comércio justo, apresentado nesta quarta-feira (9) pelo gerente de negócios da Ética Comércio Solidário, Edson Marinho.

Os dados foram mostrados durante a explanação de Edson Marinho sobre o tema ‘O mercado de Comércio Justo – estratégias de acesso e possibilidades’, durante o II Seminário Internacional do Comércio Justo. O evento, realizado em Mossoró no Rio Grande do Norte, faz parte da programação oficial da Feira Internacional de Fruticultura Irrigada (Expofruit), que será aberta nesta quinta (10), às 18h, no campus da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).

Hoje existem mais de 2.700 lojas especializadas na comercialização de produtos do comércio justo espalhadas pelo mundo e 750 organizações certificadas pela certificadora alemã Fair Trade Labelling Organizacions Internacional (Flo-Cert).

Ao falar dos canais de comercialização, Edson ressaltou que para chegar ao mercado externo, o processo exige tempo e investimento. “O produtor tem que trabalhar com foco. Ou seja, escolher para quem quer exportar. Também é preciso buscar parcerias de longo prazo e empresas dispostas a investir no grupo produtivo”, aconselhou. Entre os canais de comercialização internos, Edson listou os supermercados, shoppings e as compras governamentais.

Criada em 2005 pela organização não governamental (ONG) Visão Mundial, a Ética Comércio Solidário trabalha para promover o desenvolvimento sustentável em comunidades menos favorecidas, criando oportunidade de emprego e renda para a população, por meio da comercialização dos produtos, tanto no mercado interno como no externo. “Tudo o que as comunidades parceiras da Ética produzem obedece ao mais alto padrão de qualidade e tem preços justos”, explicou Edson.

A Ética atua no mercado internacional com a comercialização de mangas, uvas e guaraná, além de diversos artesanatos e confecções. Já no mercado interno o foco é o artesanato. Edson informa que as práticas comerciais de comércio justo envolvem o fornecimento de informações do produto ao consumidor, integração dos elos da cadeia produtiva, transparência e seriedade, criação de relações de longo prazo, extermínio da figura do intermediador, estabelecer preço mínimo e obter pré-financiamento.

Ele acredita que exportar é a solução para quem tem um negócio sadio e quer crescer e ganhar espaço no mercado e não para quem quer resolver problemas do seu negócio. “Além da questão da comercialização, amenizados pelo Comércio Justo, novos gargalos se apresentam, na logística, no design e na organização da produção. Devido seu preço superior é preciso assegurar a qualidade do produto”, afirmou.

Agência Sebrae de Notícias

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