Da Redação (*)
Brasília – Com uma queda de 16,7% nas exportações e alta de 16,8% nas importações, a balança comercial da cidade de Campinas (SP) fechou os 5 primeiros meses de 2024 com um déficit de US$ 1,223 bilhão. A corrente de comércio (soma das exportações e importações) totalizou US$ 2,032 bilhões, alta de 8,1% comparativamente ao mesmo período de 2023. Os dados são do Comex Vis, plataforma com as estatísticas do Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Serviços (MDIC).
Apesar dos déficits recorrentes, Campinas é um município dotado de uma vasta rede de indústrias abrangendo os mais diversos ramos do setor e, nesse contexto, as exportações e importações campineiras envolvem quase que exclusivamente produtos industrializados, de alto valor agregado.
Além disso, dotada de moderna infraestrutura, a cidade funciona com um hub de entrada e saída de bens manufaturados para os municípios vizinhos e de outras regiões do estado de São Paulo e parte significativa das importações realizadas acabam sendo enviadas para outras cidades.
Os dados relativos aos cinco primeiros meses deste ano mostram Campinas como o 15º. município maior exportadores entre os municípios paulistas (participação de 1,3% no total embarcado) e em oitavo lugar no ranking dos principais municípios exportadores brasileiros (com um percentual de 0,3%).
No período, as exportações campineiras totalizaram US$ 405 milhões, que fizeram de Campinas o 15º. colocado no ranking dos municípios exportadores do estado de São Paulo e em 73º. lugar entre os exportadores do Brasil, com vendas externas, correspondentes a 5,4% (estado de São Paulo) e 1,6% (exportações totais do Brasil).
Em relação às importações, o município seguiu acumulando saldos negativos. Em todo o ano passado, o déficit no comércio exterior somou US$ 2,248 bilhões (cifra que poderá ser ainda maior neste ano), resultado de vendas externas no montante de US$ 1,129 bilhão (aumento de 10,4% em relação ao ano de 2022) e importações totais de US$ 3,372 bilhões (elevação de 16,8% sobre o ano anterior.
Pautas exportadora e importadora baseada em manufaturados
De acordo com o estudo “Balança Comercial das Diretorias Regionais do CIESP”, de outubro do 2023, de janeiro a outubro do ano passado, os principais produtos exportados por Campinas e região foram máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (15,1%), combustíveis minerais (9,3%) e produtos farmacêuticos (7,8%). Por outro lado, as importações da regional se concentraram em produtos químicos orgânicos (21,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (20,4%) e produtos diversos das indústrias químicas (16%).
Exportação por países de janeiro a maio de 2024
Segundo o Comex Vis, nos cinco primeiros meses deste ano, a China foi o principal destino das exportações, isoladamente, de Campinas, com um total de US$ 101 milhões (queda de 18,4%). O mercado americano foi o destino de 25,8% das vendas externas campineiras.
O Top 5 dos principais destinos das exportações de Campinas foi integrado, além dos EUA, pelos seguintes países:
Argentina: as vendas externas para a Argentina tiver, nos cinco primeiros meses deste ano, uma queda de 36,3% e corresponderam a uma fatia de 9,73% do total exportado para o país vizinho.
México: o país norte-americano foi o destino de 8,1% das exportações campineiras, que totalizaram US$ 32 milhões.
Alemanha: o mercado alemão figurou na quarta posição no ranking das exportações de Campinas, e nos últimos cinco meses os embarques para o país europeu somaram US$ 26 milhões, tiveram uma retração de 42,7% e responderam por 6,48% do total exportado por Campinas.
Portugal: com um aumento de 17% sobre igual período de 2023, as vendas de Campinas para Portugal somaram US$ 15 milhões, correspondentes a 3,75% do total exportado.
Principais produtos exportados
Campinas tem uma pauta exportadora bastante diversificada e os principais produtos embarcados para o exterior são, em sua grande maioria, bens industrializados, de maior valor agregado.
De janeiro a maio, os principais itens da pauta foram:
Óleos combustíveis: US$ 68 milhões (queda de 28,6% e participação de 17% nas exportações campineiras)
Bombas para líquidos: US$ 41 milhões exportados (alta de 51,8% e participação de 10%)
Algodão não cardado nem penteado: US$ 38 milhões (alta ade 281,5% e participação de 9,4%)
Motores e geradores: US$ 23 milhões exportados (queda de 9,3% e participação de 5,1% no total embarcado para o exterior
Pneumáticos novos, de borracha: US$ 21 milhões (queda de 9,3% e participação de 5,1% no total exportado)
Importação por países
Em 2023 2023, a balança comercial de Campinas foi deficitária em US$ 2,248 bilhões e, ao que tudo indica, neste ano o saldo negativo poderá superar essa cifra. De janeiro a maio, o déficit somou US$ 1,222 bilhão. Os cinco principais países exportadores para Campinas foram:
China: Principal parceiro comercial de Campinas, a China exportou para o município bens no total de US$ 262 milhões (alta de 51,8%, comparativamente com o mesmo período do ano passado) e correspondentes a 16,1% das importações do município.
EUA: US$ 259 milhões (acréscimo de 19,7% e participação de 15,9%).
Vietnã: US$ 242 milhões (alta de 22% e participação de 14,9%).
Rússia: US$ 136 milhões (alta de 72,8% e participação de 8,39%).
Alemanha: US$ 86 milhões (queda de 15,6% e participação de 5,33% nas exportações totais de Campinas).
Principais produtos importados
De janeiro a maio, as importações de Campinas somaram US$ 1,627 bilhão e a pauta foi integrada, em sua quase totalidade, por bens manufaturados. Entre eles se destacaram:
Circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos: importações no total de US$ 290 milhões (alta de 38,3% e participação de 18% nas compras de Campinas no exterior)
Aparelhos elétricos para telefonia ou telegrafia sem fio: US$ 233 milhões (alta de 15,7% e participação de 14%)
Óleos combustíveis: US$ 136 milhões (aumento de 110,8% e participação de 8,4%)
Medicamentos: US$ 58 milhões (alta de 3,8% e participação de 3,6%)
Instrumentos e aparelhos para regulação ou controle, automáticos: US$ 33 milhões e participação de 3,2%).