Da Redação
Brasília – A balança comercial do Brasil com os Estados Unidos fechará o ano de 2015 com o menor fluxo comercial registrado entre os dois países desde 2011, graças à mais severa contração registrada tanto no fluxo das exportações quanto nas importações. A queda atinge indistintamente o intercâmbio de produtos básicos mas também de semimanufaturados e industrializados.
De janeiro a novembro, o intercâmbio bilateral somou pouco mais de US$ 46,602 bilhões, com exportações brasileiras no total de US$ 21,913 bilhões e vendas americanas no montante de US$ 24,689 bilhões. No período, a balança comercial é favorável aos Estados Unidos, que acumulam um superávit de US$ 2,766 bilhões. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Em 2014, as exportações brasileiras para o mercado americano totalizaram US$ 27,028 bilhões, com um aumento de 9,63% em comparação com o ano anterior. Em contrapartida, as vendas americanas ao Brasil tiveram uma pequena queda de -2,79% para US$ 35,013 bilhões. Com isso, a balança bilateral proporcionou aos americanos um superávit de US$ 7,985 bilhões.
Este ano, o panorama modificou-se inteiramente. Com a grave crise econômica, o Brasil reduziu drasticamente suas importações e, mesmo com a forte valorização do dólar, teve uma forte retração nas suas exportações. No caso especifico dos Estados Unidos, as vendas brasileiras tiveram uma queda de 10,89% de janeiro a novembro e totalizaram US$ 21,913 bilhões, enquanto as importações também caíram e num ritmo muito mais acelerado, de 23,65% para US$ 24,689 bilhões.
Com a forte queda nas importações, a balança comercial com os Estados Unidos apresenta em 2015 pelo menos um dado positivo: o deficit com os americanos atingirá este ano o mais baixo patamar desde 2008, quando as trocas comerciais com os Estados Unidos resultaram num saldo negativo de US$ 1,795 bilhão. Em 2014, o fluxo comercial entre o Brasil e os Estados Unidos totalizou US$ 60,672 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 27,027 bilhões e vendas americanas no montante de US$ 33,013 bilhões, proporcionando aos Estados Unidos um saldo de US$ 7,985 bilhões.
Os dados do MDIC revelam que de janeiro a novembro foram registradas quedas expressivas em seis dos dez principais produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos. As quedas mais significativas atingiram as vendas de petróleo bruto (principal item da pauta exportadora para os Estados Unidos), que geraram até o mês de novembro receita de US$ 1, 855 bilhão, uma queda de -41,34% em comparação com US$ 3,163 bilhões exportados em igual período do ano passado. Também caíram (-24,45%) as vendas de outros produtos semimanufaturados ferro/aço, no total de US$ 984 milhões, contra US$ 1,303 bilhão exportados de janeiro a novembro do ano passado . Igualmente foi registraa queda (-0,54%) nas exportações de café não torrado, que proporcionaram uma receita de US$ 1,086 bilhão, contra US$ 1,093 bilhão exportados de janeiro a novembro de 2014.
Pelo lado americano, o grande destaque ficou por conta da redução de -58,89% nas vendas ao Brasil de óleo diesel, que somaram US$ 1,280 bilhão, contra US$ 3,112 bilhões vendidos ao Brasil nos onze primeiros meses do ano passado. Também cairam (-27,17%) as exportações de hulha betuminosa, não aglomerada, que atingiram o montante de US$ 503 milhões, ante US$ 691 milhões exportados ao Brasil em igual período de 2014.
