Com exportações em queda, balança comercial com Peru se distancia da cifra recorde de 2013

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Da Redação

Brasília – As exportações brasileiras para o Peru tiveram uma forte retração de 15,90% no período janeiro/setembro graças principalmente a quedas acentuadas nas vendas de produtos industrializados como chassis com motor diesel e cabina, tratores rodoviários para semi-reboques,, outras escavadoras, automóveis motor 1500 cilindradas, outras carregadoras/pás carregadoras, e também de óleos brutos de petróleo.

No período, as vendas brasileiras para o país vizinho somaram US$ 1,363 bilhão, contra US$ 1,521 bilhão exportados em igual período do ano passado. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Já as exportações peruanas ficaram praticamente estáveis nos nove primeiros meses deste ano, com uma ligeira queda de 0,43% e somaram US$ 1,300 bilhão. Com esses números, a balança comercial brasileiro-peruana deverá fechar o ano de 2014 num patamar inferior ao registrado em 2013,  ano em que atingiu  cifra recorde de US$ 3,922 bilhões, resultado de exportações brasileiras no montante de US$ 2,147 bilhões e vendas peruanas no total de US$ 1,774 bilhão.

Segundo o MDIC, mesmo com as exportações em queda, o Brasil deverá terminar o ano como o terceiro maior parceiro comercial do Peru e o país já é o terceiro maior destino dos investimentos brasileiros na América Latina, com um estoque de US$ 1,9 bilhão

Graças ao Acordo de Complementação Econômica número 58, entre o Mercosul e o Peru, o Brasil, vem aumentando de forma acelerada a relação dos produtos peruanos aos quais concede 100% de preferências tarifárias. Em contrapartida, o Peru também tem aumentado consideravelmente a relação dos produtos brasileiros com acesso ao seu mercado com direito a preferências tarifárias. Assim, até o ano de 2019, essas preferências deverão atingir a totalidade dos produtos exportados entre si pelos dois países.

De janeiro a setembro deste ano, alguns dos principais produtos tradicionalmente exportados pelo Brasil para o Peru tiveram quedas significativas. Foi o que aconteceu, por exemplo, com as vendas de chassis com motor diesel e cabina, que totalizaram pouco mais de US$ 74 milhões este ano depois de terem gerado receita de mais de US$ 105 milhões em igual período de 2013. Houve retração também nas exportações de petróleo, que somaram US$ 81 milhões em 2013 e caíram para pouco mais de US$ 43 milhões entre janeiro e setembro deste ano.

Quedas expressivas foram igualmente registradas nas exportações de tratores rodoviários para semi-reboques que tiveram retração de US$ 52 milhões em 2013 para cerca de US$ 35 milhões entre janeiro e setembro deste ano, e também nas vendas de automóveis de 1500 cilindradas, que passaram de US$  35 milhões para US$ 21 milhões.

Da mesma forma, as exportações peruanas para o Brasil também foram marcadas por quedas significativas nas vendas de vários dos principais produtos. As naftas para petroquímica, por exemplo, passaram de US$ 317 milhões nos oito primeiros meses do ano passado para US$ 293 milhões em igual período deste ano. Os catodos de cobre refinados passaram de US$ 289 milhões para pouco mais de US$ 270 milhões este ano. Os sulfetos de minério de cobre tiveram as exportações encolhidas de US$ 135 milhões para US$  92 milhões. Os sulfetos de minério de zinco retraíram de US$ 108 milhões para US$ 86 milhões. Já os fosfatos de cálcio naturais, não moídos geraram receita de apenas US$ 73 milhões, depois de terem atingido a cifra de US$ 114 milhões no ano passado. Também as exportações de prata em formas brutas apresentaram queda relevante, passando de US$ 71 milhões em 2014 para cerca de US$ 37 milhões nos nove primeiros meses deste ano.

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