Da Redação
Brasília – O deficit registrado na balança comercial com os Estados Unidos apresentou uma queda de 42,6% em janeiro comparativamente com igual período do ano passado e somou US$ 556 milhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em todo o ano de 2014, o comércio com os Estados Unidos gerou para o Brasil um saldo negativo de US$ 7,971 bilhões.
Em visita realizada semana passada a Washington, o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, concentrou os esforços numa agenda voltada para tornar mais equilibrado o intercâmbio bilateral através da adoção de medidas nas áreas da facilitação de comércio e convergência regulatória.
Ainda na capital americana, Armando Monteiro anunciou que entre os dias 18e 20 de março técnicos do MDIC e do Departamento de Comércio americano vão se reunir em Washington para buscar melhores condições de acesso dos produtos brasileiros no mercado americano e também de produtos americanos no mercado nacional.
Ele também revelou que em setembro a presidente Dilma Rousseff finalmente realizará a tão aguardada visita de Estado aos Estados Unidos para buscar uma maior consolidação da parceria estratégica entre os dois países.
Segundo técnicos do MDIC, o que se está buscando é criar uma agenda bastante realista e capaz de gerar frutos em curto espaço de tempo. A expectativa é de que, por exemplo, em matéria de facilitação de comércio, seja possível avançar em questões aduaneiras e fazer com que os portais de comércio exterior dos dois países se comuniquem de forma a facilitar as trocas comerciais entre os dois países. Em matéria de convergência regulatória, Brasil e Estados Unidos procurarão abordar normas que na prática acabam constituindo barreiras ao comércio bilateral.
Os dois países estão firmemente empenhados em dinamizar suas trocas comerciais e os números da balança no mês de janeiro deixam antever que terão pela frente uma árdua missão.
O primeiro mês do ano registrou uma queda de 7,14% para US$ 1,967 bilhão nas exportações brasileiras e uma retração ainda maior, de 13,31% na vendas de produtos americanos para o mercado brasileiro, que somaram US$ 2,524 bilhões.
Do lado brasileiro a queda foi puxada por uma retração de 47,71% nas exportações de petróleo, que renderam apenas US$ 205 milhões, contra US$ 392 milhões faturados em janeiro do ano passado. Também caíram (-10,91% para US$ 57 milhões) as exportações de produtos semimanufaturados, de outras ligas de aço, e de pasta química de madeira, uma redução de 50,53% para US$ 43 milhões.
Para compensar, foram registradas altas importantes nas exportações de outros produtos semimanufaturados de ferro/aço (alta de + 52,63% para US$ 183 milhões), de 30,41% para US$ 95 milhões nas vendas de café não torrado e de 31,15% para US$ 68 milhões nas exportações de produtos semimanufaturados, de outras ligas de aço.
Do lado americano, em janeiro merecem ser destacadas quedas em quatro dos cinco principais produtos da pauta exportadora para o Brasil. As vendas de óleo, diesel, por exemplo, tiveram uma retração de 32,56% para US$ 151 milhões, enquanto as exportações de partes de turborreatores ou de turbopropulsores caíram 7,24% para US$ 116 milhões e as vendas de hulha betuminosa foram reduzidas em 7,09% para US$ 72 milhões e as vendas de outros propanos liquefeitos desabaram 75,06% e geraram receita de US$ 49 milhões.
