CNA quer a China abrindo novos negócios no Brasil e com mais investimentos no Nordeste

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Brasília O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, defende interação ainda maior entre a China e o Brasil, com abertura de novas frentes para permitir investimentos chineses na instalação de fábricas que produzam tratores de pequeno porte capaz de atender as demandas dos agricultores familiares, a exemplo dos produtores do semiárido nordestino.

A hipótese foi apresentada por João Martins em encontro mantido nesta quarta-feira (23/09) com o novo presidente do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, que estava acompanhado pelo embaixador Sérgio Amaral, presidente Emérito do CEBC.

Na conversa, tanto o presidente da CNA quanto o embaixador Castro Neves concordaram que o Brasil precisa melhorar e dar mais eficiência ao seu sistema de defesa sanitária, para ficar mais dinâmico e moderno, dando novo patamar às exportações de produtos agropecuários para o mercado chinês. João Martins quer ações conjuntas entre CNA, o Conselho Empresarial e o Governo Federal para que a Agência de Supervisão de Inspeção de Qualidade e Quarentena (AQSIQ), da China, aumente o número de frigoríficos brasileiros autorizados a exportar carne para o mercado chinês.

Para o presidente da CNA, é preciso intensificar o relacionamento bilateral entre o Brasil e a China para atrair, por exemplo, investimentos chineses a projetos agroindustriais, como na região do semiárido nordestino. A ideia é instalar unidades para fabricação de pequenos tratores, atendendo às características sociais e econômicas da região, com custo menor para os pequenos e médios produtores rurais brasileiros.

Prioridades da CNA

São três os temas prioritários da CNA, em relação à China. No segmento pecuário, a entidade quer mais agilidade na habilitação de novos frigoríficos exportadores de carne. E, para alcançar essa meta, propõe que os dois países adotem a chamada lista prévia, com regras estabelecidas pelos chineses e fiscalização a cargo do Brasil. A CNA entende ser essencial, também, a assinatura de protocolo sanitário entre os dois países permitindo aos empresários brasileiros vender miúdos e carne termoprocessada (comida esterilizada, cozida, pronta para o consumo) de bovinos para o mercado chinês.

Com relação às vendas de grãos para a China, a CNA sugere que o governo chinês adote regras mais transparentes para o registro de produtos transgênicos. A nova legislação chinesa sobre transgênicos, no entender da CNA, resultará em novas barreiras não tarifárias para os exportadores de grãos, afetando o Brasil.

Por fim, a CNA sugere a assinatura de acordos de preferências tarifárias com os chineses, a medida colocaria fim às chamadas escaladas tarifárias que penalizam os produtos de maior valor agregado, casos do farelo e o óleo de soja, além do café torrado e moído.

CEBC

O novo presidente do CEBC, embaixador Castro Neves, empossado no cargo no dia 17 de agosto, é formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e possui curso de Mestrado em Economia pela Universidade de Londres. Foi embaixador do Brasil em Pequim, entre 2004 e 2008. Participaram do encontro ainda a Superintendente de Relações Internacionais (SRI) da CNA, Aline Oliveira Betania Oliveira, e o assessor técnico da SRI, Thiago Massom. 

Fonte: CNA

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