Brasília – Com o objetivo de discutir as negociações de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia e levantar as principais demandas da bovinocultura de corte do bloco sul-americano, o Fórum Mercosul da Carne (FMC) reuniu as entidades representativas de produtores de gado e da indústria frigorífica, durante encontro realizado na última semana, em Montevidéu. O consultor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Décio Coutinho, participou do encontro.
Os representantes de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai debateram sobre a decisão da União Europeia de não incluir as cotas para importação de carne bovina, na retomada das negociações com o Mercosul, após 12 anos sem avanços concretos nas discussões bilaterais. Inicialmente, a Comissão Europeia pretendia liberar a exportação de pelo menos 78 mil toneladas anuais de carne bovina sem hormônios, mas voltou atrás na decisão.
Apesar da carne não ter sido incluída no reinício das negociações, os membros do Fórum acreditam que as tratativas avançarão no segundo semestre deste ano. “O FMC manifesta sua confiança nos negociadores que estão à frente do processo e mantém as mesmas expectativas do último acordo, em 2004”, informa o Fórum em comunicado.
A CNA havia divulgado nota questionando a decisão tomada pela União Europeia. Para a Confederação, a carne é um dos principais interesses do bloco no acordo em discussão.
“A Comissão Europeia tem consciência de que, para demonstrar interesse real nesse acordo, terá que resolver essa questão do acesso ao mercado para a carne bovina sul-americana”, destacou a nota da CNA.
A reunião contou com a presença do Ministro de Relações Exteriores do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, do diretor-geral de Integração do Mercosul, embaixador Gabriel Bellon e de representantes de associações de produtores de carne do bloco.
Fonte: CNA