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China: fator externo coloca o Brasil diante de um segundo semestre desafiador

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Rio de Janeiro – A semana que passou foi marcada por sinais de alerta quanto ao cenário internacional que levaram o Ibovespa a acumular 13 quedas seguidas freadas na sexta – quando subiu 0,37%, mas acumulando perda na semana de 2,25%. O comportamento do dólar também refletiu o clima mais tenso, avançando 1,29% diante do real, a R$ 4,96, depois de iniciar o mês na casa de R$ 4,7, acumulando alta de 5,93% no mês.

Para Livio Ribeiro, pesquisador do FGV IBRE, pese fatores domésticos que podem ter influenciado esse cenário – “como sinais de um viés intervencionista do governo federal, por exemplo, ao tentar ampliar seu poder de voto na Eletrobras, e as dúvidas quanto à sustentabilidade do arcabouço fiscal” – e outros externos importantes, como a elevação do juro longo americano, é na China que o pesquisador foca suas preocupações. Ribeiro afirma que as incertezas quanto ao fôlego do principal parceiro comercial do Brasil não mais se concentra no impacto das exportações, mas também passa a se refletir nas decisões de investimento. “Já observamos uma multiplicação de comentários a respeito da comparação do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos e entre México e Estados Unidos, do tipo: ‘será que vale a pena colocar dinheiro no Brasil?’, com os investidores rodando posição e olhando para outros emergentes da América Latina em detrimento daqui”, diz.

“E, nessa análise, observam que o diferencial de juros (de 1 ano) do México está mais alto, além do fato dessa economia estar mais atrelada à americana, que tem performado melhor, enquanto a brasileira tem uma relação muito maior com a China, o que neste momento é um problema, já que é o fator externo para o qual não vemos sinais de melhora adiante.” Na semana passada, Ribeiro revisou para baixo sua projeção para o PIB chinês em 2023, de 5,2% para 5%. Para 2024, a projeção ainda não revista era de expansão de 4,3%, já com viés de baixa.

Leia o artigo na íntegra no Blog da Conjuntura

(*) Com informações FGV/IBRE

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