Da Redação
Brasília – De janeiro a outubro de 2022, as exportações de frutas frescas pelo Chile totalizaram US$ 4,360 bilhões. Durante todo o ano passado, o Brasil embarcou para o exterior frutas no valor total de US$ 1,077 bilhão (queda de -11,6% sobre US$ 1,218 bilhão exportado em 2021). Isto significa que no ano passado, as exportações das frutas chilenas foram entre quatro e cinco vezes superiores às vendas brasileiras.
Terceiro maior produtor de frutas do mundo, atrás apenas da China e Índia, o Brasil não figura entre os grandes exportadores mundiais desses produtos, um seleto grupo no qual o Chile ocupa lugar de destaque.
O país andino, ao contrário do Brasil, tem uma antiga tradição de exportação de frutas, cuja origem remonta à década de 1930. Além disso, o desenvolvimento e a consolidação do complexo exportador de frutas no Chile é consequência da combinação de vários fatores que orientaram esse agronegócio para o mercado externo, conforme destacam especialistas brasileiros.
Graças a um modelo, o Chile tornou-se o principal exportador mundial de cerejas frescas, ameixas e maçãs secas e é o segundo maior exportador de ameixas frescas, nozes sem casca, avelã sem casca, framboesas, amoras e amoras congeladas.
Segundo o Diretor Comercial do ProChile no Brasil, Hugo Corales, “o Chile possui características geográficas, climáticas e humanas que lhe conferem uma força única e incomparável para a produção de alimentos de qualidade, com altos padrões de segurança alimentar, que fazem do país um exportador confiável de alimentos e bebidas”.
De acordo com o executivo do ProChile, “a nossa variada oferta agroalimentar é reconhecida pela sua qualidade e possui atributos transversais como a segurança, rastreabilidade, sustentabilidade e segurança. Atualmente, nossas exportações chegam a mais de 170 destinos, cumprindo exigentes padrões e certificações internacionais. É uma indústria em constante crescimento e adaptação às exigências dos consumidores globais, com elevados níveis de inovação nos processos de cultivo, produção e preparação de alimentos”.
Nos últimos 48 anos, ou seja, desde a criação do ProChile, quando 76,82% dos embarques chilenos para os mercados internacionais correspondiam ao cobre, em 2021, a participação do cobre nas exportações chilenas caiu para 56,3%. Nesse período, o valor das exportações chilenas se multiplicou 44 vezes. As exportações não relacionadas ao cobre, por sua vez, multiplicaram-se 79 vezes.
Nesse contexto de forte alta das exportações não ligadas ao cobre, as vendas externas de frutas frescas e secas tiveram um papel relevante e o Chile tornou-se o maior exportador mundial de diversas frutas. Os principais destaques foram:
- Cerejas frescas: as exportações chilenas totalizaram US$ 1,767 bilhão e a participação chilena nas exportações mundiais foi de 41,6%;
- Ameixa seca: exportações de US$ 175,7 milhões e participação de 28,6% nas exportações mundiais;
- Maças secas: vendas externas no valor de US$ 27,8 milhões e participação nas exportações mundiais de 19,8%.
Por outro lado, o Chile figurou como segundo maior exportador mundial de:
- Ameixas frescas: US$ 158 milhões, correspondentes a 15,9% das exportações mundiais;
- Terceiro maior exportador mundial de:
- Nozes sem casca: US$ 237,6 milhões e participação de 9,8% nas exportações mundiais;
- Avelãs sem casca: US$ 153,8 milhões e participação de 7% nas exportações mundiais;
- Framboesas, amoras e amoras congeladas (US$ 118,8 milhões e participação de 7,3% nas exportações mundiais.
Segundo dados do ProChile, de janeiro a outubro do ano passado, o Brasil foi o quinto país de destino das exportações de frutas frescas chilenas, com importações no total de US$ 110 milhões, alta de 84,4% em relação ao mesmo período de 2021. As principais frutas embarcadas para o Brasil foram maçãs frescas (US$ 50 milhões); kiwis frescos (US$ 19 milhões) e ameixas frescas (US$ 17 milhões).
A China liderou o ranking dos importadores de frutas frescas chilenas, com um total de US$ 1,743 bilhão, seguida pelos Estados Unidos (US$ 1,035 bilhão), Holanda (US$ 277 milhões) e Reino Unido (US$ 133 milhões).