Cepea confirma perda de atratividade das exportações de agronegócios

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Cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada do Cepea confirmam a perda de atratividade das exportações do agronegócio em 2009. A pequena desvalorização de 0,36% do real nas transações do agronegócio (taxa de câmbio efetiva real do agronegócio: IC-Agro/Cepea) passou longe de compensar a queda de 8,34% nos preços em dólares.

No balanço do ano, o Índice de Atratividade das Exportações do Agronegócio (IAT-Agro/Cepea), que representa os preços em reais, caiu 8,14%. Mesmo assim, o volume exportado no acumulado do ano aumentou 2,03% em comparação ao de 2008. O faturamento (em reais) total com as exportações agropecuárias, por sua vez, diminuiu 6,30%

Com as dificuldades de comercialização no mercado externo e o recuo dos preços em dólares ao longo de 2009, 10 dos 13 grupos de produtos analisados pelo Cepea perderam atratividade, ou seja, preços médios em Reais diminuíram. Os únicos produtos com atratividade em expansão, em comparação ao mesmo período de 2008, foram: farelo de soja (32,14%), açúcar (20,65%) e madeira e mobiliário (1,79%).

Todos os demais registram perda de atratividade, com destaque para óleo de soja, carne suína e papel e celulose, todos com recuo acima de 26%. Suco de laranja, carne de frango, carne bovina e café retraíram-se entre 13% e 19%. Já para álcool, soja em grãos e frutas, a queda de atratividade não ultrapassou 8,6%.

Em volume, houve expansão das exportações dos seguintes produtos: soja em grãos (16,58%), carne suína (15,27%), papel e celulose (13,48%), café (4,62%) e suco de laranja (0,74%). Por outro lado, as maiores retrações em volume, superiores a 31%, ocorreram para o álcool, óleo de soja e madeira e mobiliário. As frutas, carne bovina e o farelo de soja apresentaram queda entre 7% e 11%. Já a carne de frango recuou apenas 0,12%.

Em relação ao comportamento regional, Sul e Centro-Oeste sofreram retrações em preços, enquanto as regiões Norte, Nordeste e Sudeste viram o preço dos produtos que exportam aumentar. Em 2009, a região Sul também foi desfavorecida pela queda de volume dos principais produtos que exporta.

A região Norte registrou o recuo mais acentuado no volume, enquanto a região Centro-Oeste apresentou o maior aumento. Os volumes exportados pelas regiões Nordeste e Sudeste permaneceram praticamente estagnados em relação a 2008, com a taxa de ambas regiões ficando abaixo de 1% em 2009.

Para 2010, pesquisadores do Cepea estimam aquecimento das transações externas do agronegócio brasileiro com mercados tradicionais e também com novos parceiros. Exemplo se dá para os países árabes, importantes consumidores de carnes e açúcar, para os quais se espera que a redução em 2009 seja revertida.

Para China, principal destino individual das mercadorias brasileiras (não supera o bloco União Européia), a expectativa também é de expansão. A incógnita, entretanto, é a rentabilidade destas vendas devido à valorização do Real e ao efeito da boa safra esperada para 2010.

(Fonte: Cepea)

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