Cazaquistão quer investimentos do Brasil e programa missão para novembro

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Astana (Cazaquistão) – O governo do Cazaquistão anunciou que enviará uma comitiva ao Brasil, em novembro próximo, para identificar oportunidades de cooperação técnica e aumento do comércio bilateral.

Segundo o vice-ministro de Indústria e Comércio cazaque, Yerkhat Iskaliev, o país quer assinar um acordo de reciprocidade de investimentos com o Brasil que facilite a atração de investimentos, sobretudo nas áreas espacial e de transporte, saúde pública, alta tecnologia, indústria leve e produção de fertilizantes.

O anúncio foi feito  em Astana, capital do país, durante o Fórum Empresarial Brasil-Cazaquistão, no último dia da Missão Comercial à Turquia, Uzbequistão e Cazaquistão. De acordo com Yerkhat Iskaliev, os investimentos serão facilitados com a criação de seis zonas econômicas livres no país, que oferecerão uma série de vantagens aos investidores.

O fórum foi aberto pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ivan Ramalho, e teve a participação, além do vice-ministro cazaque, do embaixador do Brasil no país, Frederico Duque Estrada Meyer, e do representante da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) na Rússia, Yuri Ribeiro. Ao longo do dia, mais uma vez foram realizadas rodadas de negócios entre os empresários brasileiros que participam da missão e empresas cazaques.

Mercados não tradicionais

Na abertura do fórum, Ivan Ramalho disse que o Brasil já voltou a crescer, depois do início da crise mundial, em conseqüência de ações contundentes e ágeis do governo brasileiro, como a redução tributária para estimular o mercado e manter a economia em crescimento e o aumento do financiamento via bancos públicos.

Ele destacou a estratégia do governo em diversificar a pauta exportadora e os mercados de destino dos produtos brasileiros. “No início da crise internacional, tínhamos apenas 15% do total de nossas exportações destinadas aos Estados Unidos, o que nos afetou menos do que a outros países. Não queremos depender de um país ou grupo de países”, ressaltou.

Para o secretário-executivo do MDIC, há muito trabalho a ser feito para aumentar o intercâmbio comercial entre os dois países, uma vez que a corrente de comércio bilateral diminuiu 39,4% no período janeiro-agosto de 2009, em relação ao mesmo período do ano passado. Passou de US$ 41,3 milhões, em 2008, para US$ 25 milhões, este ano.

Astronauta brasileiro

Ao destacar que o comércio Brasil-Cazaquistão é desproporcional, considerando o tamanho das econômicas dos dois países, o vice-ministro de Indústria e Comércio do Cazaquistão destacou dois exemplos de intercâmbio considerados como sucesso. Ele lembrou que o primeiro astronauta brasileiro partiu para o espaço em uma nave lançada no território do Cazaquistão, em 2006.

Nesse ano, a nave russa Soyuz TMA foi lançada no cosmódromo de Baikonur rumo à Estação Espacial Internacional (ISS). Outro exemplo foi o contrato fechado pelo governo do Cazaquistão com a empresa brasileira Olé Brasil F. C., de Ribeirão Preto (SP), que ensina futebol a crianças cazaques.

Carne desossada

A programação oficial do último dia missão ainda incluiu audiências do secretário-executivo do MDIC e chefe da delegação brasileira, Ivan Ramalho, com autoridades do governo cazaque. Além do vice-ministro de Indústria e Comércio do Cazaquistão, houve encontros com autoridades do Samruk Kazyna, o fundo soberano do Cazaquistão, e o vice-ministro da Agricultura, Arman Yevniev.

Na área agrícola, a tentativa do governo brasileiro foi negociar um novo certificado sanitário para a exportação de carne brasileira bovina e maturada para o Cazaquistão. O governo do país alega que a existência de febre aftosa em alguns estados brasileiros coloca em risco toda a carne do país, mas o Brasil alega que o problema está restrito e sob controle, em áreas isoladas. Uma equipe do Ministério da Agricultura cazaque foi convidada a ir ao Brasil para uma vistoria técnicas nessas regiões.

Missão

A missão comercial à Turquia, Uzbequistão e Cazaquistão foi organizada pelo MDIC em parceria com os Ministérios das Relações Exteriores (MRE), da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e com a Apex-Brasil, de 28 de setembro a 2 de outubro.

A delegação brasileira foi formada por aproximadamente 50 pessoas, entre representantes do governo e empresários brasileiros de 28 empresas nas áreas de alimentos, produtos químicos, automóveis, móveis, aviação, máquinas agrícolas, bebidas, esportes, couro e calçado.

Com informações da Assessoria de Comunicação Social do MDIC

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