Carros elétricos chineses avançam no mercado brasileiro e importações crescem 482%

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Da Redação

Brasília – O aumento de 59,2% nas importações de veículos, que totalizaram US$ 5,790 bilhões, e o salto exponencial de 482% nas compras de veículos da China em 2023 acenderam uma luz amarela na indústria automotiva ante a perda de mercados importantes em países como a Argentina, Colômbia e Chile para a concorrência chinesa, fator que contribui para a redução das exportações das montadoras de veículos instaladas no Brasil.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Leite, “a alta de importações faz muito sentido quando temos mudanças de tecnologia, mas não pode haver um descompasso grande com a produção local”.

No ano passado, as exportações chinesas de veículos para o Brasil totalizaram US$ 1,080 bilhão (18,8% do total). Em relação a 2022, o aumento foi de 482%, quando as vendas chinesas somaram pouco mais de US$ 187 milhões (5,13% do total).

Apesar do temor gerado pela concorrência, o aumento da participação das marcas chinesas no mercado brasileiro tem sido decisivo na aceleração da eletrificação da frota brasileira. Com estratégia que mescla preços mais atraentes, veículos com maior autonomia e muita tecnologia embarcada, os carros elétricos chineses, que em 2021 representavam apenas 0,4% das importações brasileiras do segmento, passaram a responder por 8% em 2022 e alcançaram a expressiva participação de 35% no ano passado.

Estreia de carros chineses fabricados no Brasil

Com as importações em alta, a participação chinesa no mercado brasileiro de carros elétricos deverá aumentar significativamente este ano, com a entrada das marcas Omoda e Jaecco, do grupo Chery International, no país. 

Por outro lado, a GWM espera iniciar a produção de sua fábrica em Iracemópolis, no interior de São Paulo, ainda no primeiro semestre deste ano. A BYD fez o lançamento da pedra fundamental de sua fábrica em Camaçari (BA), em área antes ocupada pela Ford, na expectativa de ter os primeiros veículos trafegando pelas ruas brasileiras ainda em 2024.

Exportações em queda

A indústria automotiva chinesa reforça sua presença no país enquanto as exportações brasileiras seguem trajetória de queda. No ano passado, as vendas externas recuaram 10,1% para US$ 4,167 bilhões (1,27% do total).

A Argentina continuou sendo o principal mercado para os carros nacionais, com importações no total de US$ 1,4 bilhão, 34% do total exportado. Outros mercados relevantes foram o México (US$ 1,090 bilhão), Colômbia (US$ 422 milhões), Uruguai (US$ 244 milhões) e Chile (US$ 240 milhões).

Importações em alta

Enquanto as exportações caíram, as importações registraram no ano passado forte aumento de 59,6%, totalizando US$ 5,790 bilhões. A balança comercial do setor fechou com déficit de US$ 1,623 bilhão em 2023.

A Argentina liderou o ranking dos principais exportadores de veículos para o Brasil, com US$ 2,2 bilhões e participação de 38,6% nas importações brasileiras. Na sequência vieram a China (US$ 1,086 bilhão e participação de 18,8%), México (US$ 677 milhões e participação de 11,7%), Alemanha (US$ 505 milhões e participação de 8,42%) e Estados Unidos (US$229 milhões e participação de 3,95%).

 

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