Carros elétricos chineses avançam e já respondem por 36% das importações brasileiras

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Da Redação

Brasília – Em 2021, apenas 0,4% dos carros elétricos importados pelo Brasil foi produzido pela indústria automobilística da China. No ano seguinte, esse percentual subiu para 8% e, no ano passado, até o mês de novembro, atingiu o patamar de 36%.

Este ano, a participação chinesa nas importações de veículos elétricos pelo Brasil será ainda maior, não só pelo aumento das importações, mas também por conta do início da produção nacional de duas gigantes chinesas do setor, a BYD e a GWM, contribuindo para aumentar ainda mais o domínio da indústria chinesa nas importações brasileiras de carros elétricos.

De acordo com dados do Comex Vis, o serviço de estatísticas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), no primeiro bimestre deste ano, as importações de veículos de passageiros chineses saltaram de US$ 70 milhões em 2023 para US$ 296 milhões, um crescimento de 338% em apenas um ano. O Comex Vis não detalha a participação dos veículos elétricos no volume global importado, mas os carros movidos à eletricidade foram os principais responsáveis pelo aumento das importações.

Com esse aumento expressivo, os veículos ocuparam pela primeira vez na história um lugar de destaque na pauta exportadora chinesa para o Brasil, figurando na sexta posição, com uma participação de 3,1% do total de US$ 9,541 bilhões embarcados pelas empresas do país asiático para o mercado brasileiro.

Supremacia chinesa

De acordo com projeções feitas por especialistas do setor, até o ano de 2030, os veículos eletrificados (híbridos e plug in) representarão 10% da frota brasileira. Atualmente, esses veículos representam cerca de 0,5% da frota nacional. Os chineses responderão por parcela substancial desse aumento.

Esses especialistas destacam que esse crescimento expressivo nas vendas chinesas para o Brasil é apenas mais um capítulo de uma história que vem sendo escrita pelas fábricas de veículos do gigante asiático com reflexos no mercado automobilístico mundial.

Eles lembram que há apenas cinco anos, a China exportava apenas um quarto do total de carros vendidos pelo Japão ao exterior. No início de janeiro deste ano, a indústria chinesa divulgou o balanço de 2023 e revelou que pela primeira vez o país exportou mais de 5 milhões de carros, superando os embarques realizados pelo Japão.

No último trimestre do ano passado, uma única fabricante chinesa, a BYD, a maior do país, exportou 500 mil carros elétricos, superando amplamente a Tesla, que liderava as exportações desse segmento no mercado mundial.

Com uma agressiva estratégia que mescla preços atraentes -bem abaixo daqueles praticados pelos concorrentes diretos-, veículos com maior autonomia e muita tecnologia embarcada, os carros chineses devem registrar em 2024 um forte avanço não apenas sobre o mercado brasileiro, mas também conquistando espaços da obsoleta indústria automotiva brasileira nos países vizinhos da América do Sul.

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