Brazil Games: projeto da ApexBrasil fomentou crescimento de 600% nas exportações do segmento desde 2012

Compartilhe:

Brasília – Na indústria mundial de games, o Brasil consolida-se cada vez mais entre os protagonistas do jogo. Em 2020, o país exportou mais de US$ 53 milhões em games, com faturamento total de US$ 2,18 bilhões em receita. Com o crescimento de usuários de jogos digitais em 2021, a expectativa é que os números sejam ainda maiores e que o segmento comece 2022 com alta de 5% em receita.  Para uma inserção internacional segura da indústria que só cresce, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames) desenvolvem juntas o projeto setorial Brazil Games.

O Brazil Games existe desde 2012 com foco em capacitar empresas de todos os portes, desde grandes produtoras até estúdios independentes, para exportar seus produtos e serviços de forma segura. Além disso, busca garantir a participação de empresários brasileiros em eventos internacionais, para que o mundo enxergue o Brasil cada vez mais como um importante polo de inovação e desenvolvimento de jogos. Como resultado, nos últimos anos o projeto fomentou um crescimento de 600% nas exportações do segmento.

“O mercado de games tem natureza 100% exportadora, isto é, seu formato digital tem potencial para que seus serviços e produtos sejam facilmente distribuídos. Através de nossas ações e da qualidade da mão de obra brasileira, os produtos e serviços de games do Brasil estão presentes hoje em 95% dos países de todo o mundo. Os principais mercados são Estados Unidos, Canadá, países europeus, asiáticos e árabes. Estamos ganhando força principalmente no leste europeu e no Oriente Médio”, destaca o presidente da Abragames, Rodrigo Terra.

Atualmente, cerca de 140 empresas integram o projeto. Entre elas, a Aiyra, de Niterói (RJ), de desenvolvimento de jogos e há cerca de três anos exporta seus serviços através do Brazil Games. O empreendimento presta principalmente serviços de jogos personalizados, educacionais e de ações de divulgação, como o jogo O Renascimento de F lançado em 2015, em parceria com a Fox, para divulgar um filme da franquia Dragon Ball Z.

Para a sócia Carolina Caravana, foi fundamental integrar na marca setorial, porque até então a Aiyra fechava negócios com empresas de outros países esporadicamente e sem uma estratégia definida de inserção internacional. “Através do projeto e da assessoria da ApexBrasil hoje temos um planejamento estratégico de exportação. O projeto nos permitiu consolidar clientes importantes nos Estados Unidos, na Alemanha, na França e na China. O apoio que nos dá para ampliar nossa rede de colaboradores e clientes no mundo todo é fundamental nesse processo, como em 2019, em que o Brazil Games promoveu uma mentoria no Rio de Janeiro entre empreendedores brasileiros e grandes empresas internacionais de Games”, diz Carolina.

Mercado de Israel 

No ano passado, as principais frentes de trabalho do Brazil Games incluíram a estruturação de estratégias para os mercados asiáticos. Neste ano, uma das metas é abrir ainda mais o mercado de Israel para a produção brasileira. O primeiro passo, será através do webinar Indústria de Games em Israel, que ocorre na terça-feira (8), às 9h30, por intermédio da plataforma do zoom para profissionais integrantes do projeto setorial.

“O posicionamento do Brasil como competidor de destaque nesta indústria é fundamental para agregar valor aos produtos e serviços brasileiros, promovendo negócios que podem contribuir para melhorar cada vez mais a percepção do país como um competidor criativo, inovador e diferenciado no mercado global”, explica o Chefe de Operações do Escritório da Apex-Brasil em Israel, Felipe Campbell.

Israel é um importante ator para os profissionais da indústria principalmente para colaboração e troca de serviços. Campbell pontua que a indústria de games em Israel está num momento de transição entre um mercado independente e um mercado de ponta. No ranking da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ou Económico (OECD), por exemplo, Israel ocupa primeiro lugar em investimento do Produto Interno Bruto (PIB) em Pesquisa e Desenvolvimento e são justamente medidas como essa garantem ao país destaque nas indústrias de tecnologia e inovação.

Metaverso 

Incluir a indústria brasileira de games como ator da era do metaverso também é meta do Brazil Games. O metaverso refere-se a diferentes representações da realidade, como realidade virtual, mista, estendida e aumentada. E é justamente este, como explica Rodrigo Terra, o que já se faz há muitos anos nos games, através da construção dos universos das histórias dos jogos em ambiente digital.

“Games trabalham com criação de mundo. E o metaverso é a evolução disso, em que as ferramentas da tecnologia são usadas para se viver em outras realidades, que não sejam só esta física como conhecemos. Com o grande potencial que temos em nossos serviços de desenvolvimento de jogos, tenho certeza que temos a competência e a tecnologia necessárias para tornar o Brasil um dos principais atores criativos do metaverso”, diz Terra.

Inclusive, já há empresas brasileiras trabalhando no segmento, como a VRGlass, que criou uma plataforma virtual que pode ser “alugada” por empresas, para eventos e reuniões de equipe, e o Magnopus, um estúdio de realidade virtual para produção audiovisual.

(*)  Com informações da ApexBrasil

Tags: