Brasil volta a ter superávit com Argentina. De janeiro a março, saldo chega a US$ 260 milhões

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Da Redação

Brasília –  A retomada das exportações de automóveis, que geraram receita de mais de US$ 668 milhões, foi um dos principais responsáveis pelo superávit de US$ 260 milhões acumulado pelo Brasil no comércio com a Argentina nos três primeiros meses de 2014. Ano passado, em igual período, o intercâmbio bilateral havia proporcionado à Argentina um saldo de US$ 82 milhões entre os meses de janeiro e março.

Segundo dados obtidos junto ao MDIC, o comércio entre os dois países neste início de ano vem sendo marcado por uma importante retração nas exportações dos dois parceiros. Ano passado, nos três primeiros meses do ano o Brasil exportou para a Argentina mercadorias no total de US$ 4,086 bilhões. Este ano, as vendas somaram pouco mais de US$ 3,554 bilhões. Na outra ponta, as vendas da Argentina para o mercado brasileiro caíram ainda mais, passando de US$ 4,169 bilhões no primeiro trimestre do ano passado para US$ 3,293 em idêntico período deste ano.

Na pauta exportadora brasileira para a Argentina, os itens da cadeia automotiva voltaram a ser um dos  grandes destaques. As vendas totais de carros, chassis com motor diesel, tratores, motores, autopeças, eixos e pneus  para o país vizinho apresentaram boa recuperação e totalizaram US$ 668 milhões. Foram seguidas de longe pelos minérios de ferro (US$ 130 milhões).

Os números relativos às exportações de veículos e outros produtos industrializados no primeiro trimestre do ano de certa forma seguem na contramão das previsões feitas recentemente por analistas de comércio exterior, para quem as turbulências econômicas na Argentina deveriam afetar as exportações brasileiras de produtos manufaturados principalmente.

É verdade que são poucas –para não dizer nulas- as chances de o Brasil repetir em 2014 os números alcançados ano passado, no que diz respeito às vendas da indústria automobilística para a Argentina. No ano passado, nada menos que 87,5% do total de veículos exportados pelo Brasil tiveram o país vizinho como destino final. Em autopeças foram 55,9%. Em veículos de carga, 58,3%. Este ano os números devem ser bem mais modestos mas ainda assim a Argentina continuará sendo um dos principais – se não o principal- mercado para os veículos automotores, autopeças e outros produtos da cadeia automotiva exportados pelo Brasil.

No tocante à Argentina, a indústria automobilística também liderou com ampla folga a relação dos segmentos  que mais exportaram para o Brasil nos três primeiros meses de 2014. No período, as vendas do setor automotivo para o Mercado brasileiro somaram cerca de US$ 1,314 bilhão. Em segundo lugar, com cifras bem mais modestas, vieram as exportações de trigo (US$ 132 milhões), naftas para petroquímica (US$ 98 milhões) e malte não torrado (US$ 66 milhões).

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