Da Redação

Brasília – A retomada das exportações de petróleo e de aviões contribuiu de forma decisiva para que o Brasil reduzisse em 20,98% o deficit no comércio bilateral com os Estados Unidos nos três primeiros meses do ano. No período, as exportações somaram US$ 5,816 bilhões, enquanto as importações de produtos americanos totalizaram US$ 8,688 bilhões, o que gerou um superávit de US$ 2,872 bilhões em favor dos Estados Unidos.

Em igual período de 2013, a balança bilateral foi favorável aos Estados Unidos em US$ 3,635 bilhões. Os dados foram obtidos junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

As vendas de oleos brutos de petróleo para os Estados Unidos voltaram a crescer neste início do ano e renderam US$ 724 milhões, praticamente o dobro da receita obtida com o segundo principal produto exportado para o mercado americano no período, produtos semimanufaturados de ferro/aço, com um total de US$ 345 milhões. Outros itens importantes na pauta exportadora para os Estados Unidos no período janeiro/março foram partes de turborreatores ou de turbopropulsores (US$ 265 milhões), aviões (US$ 250 milhões), pasta química de madeira (US$ 229 milhões), café não torrado (US$ 226 milhões), produtos semimanufaturados, de outras ligas de aço (US$ 177 milhões), granitos (US$ 150 milhões), ferro fundido bruto não ligado (US$ 144 milhões) e álcool etíllico (US$ 99 milhões).

Já a pauta exportadora americana para o Brasil foi liderada pelo oleo diesel, com vendas no total de US$ 764 milhões. A relação de produtos vendidos ao Brasil é integrada, entre outros, por partes de turborreatores ou de turbopropulsores (US$ 367 milhões), propanos liquefeitos (US$ 354 milhões), trigo (US$ 221 milhões), hulha betuminosa (US$ 216 milhões), naftas para petroquímica (US$ 193 milhões), outros inseticidas (US$ 138 milhões), álcool etílico (US$ 107 milhões), outras gasolinas exceto para aviação (US$ 94 milhões) e outras partes para aviões ou helicópteros (US$ 85 milhões).

Redução do deficit

Com bases nesses números, técnicos do MDIC se arriscam a prever que ao final do ano  a balança comercial com os Estados Unidos deverá fechar 2014 se não mais próxima do ponto de equilíbrio, mas pelo menos com uma redução considerável do deficit contabilizado em 2014. Ano passado, os Estados Unidos tiveram um saldo de US$ 11,349 bilhões no intercâmbio com o Brasil, recorde histórico nas transações comerciais entre os dois países.

De acordo com esses técnicos, ainda é cedo para se fazer previsões, mas se forem mantidas as atuais tendências de retomada das exportações de petróleo, de aviões e outros produtos manufaturados de alto valor agregado, o deficit com os americanos  pode ser reduzido à metade da cifra registrada em 2013.