Brasil poderá ter em 2023 mais um superávit recorde no comércio com a China

Compartilhe:

Da Redação

Brasília – O Brasil poderá ter em 2023 o maior superávit intercâmbio comercial com a China na série histórica, batendo o recorde registrado em 2020, quando as exportações superaram as importações em US$ 33,645 bilhões. Este ano, de janeiro a junho, a balança bilateral já proporcionou ao Brasil um saldo positivo de US$ 24,328, próximo do superávit de US$ 28,684 bilhões registrado em todo o ano passado. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

Mas enquanto são consideráveis as possibilidades de ser registrado um megassaldo em favor do Brasil neste ano, é pouco provável que o intercâmbio sino-brasileiro venha a superar os números da maior corrente de comércio (exportação+importação) já alcançada pelos dois países em 2022. No ano passado, as trocas bilaterais totalizaram US$ 150,172 bilhões, com exportações brasileiras no valor de US$ 89,428 bilhões e vendas chinesas no montante de US$ 60,744 bilhões.

De janeiro a junho, o Brasil exportou para a China US$ 49,852 bilhões (alta de +5,9% sobre o mesmo período do ano passado) e importou bens chineses no valor de US$ 25,522 bilhões (queda de -8,8% para US$ 25,524 bilhões). A participação chinesa nas exportações brasileiras chegou a 30,1%, contra 26,8% em todo o ano passado. Por outro lado, a fatia chinesa nas importações brasileiras foi de 21,2%, ante 22,3% no ano de 2022.

Exportação concentrada em produtos básicos

No primeiro semestre deste ano, a exemplo do que vem acontecendo desde o início da série histórica, em 1989, a pauta exportadora brasileira segue concentrada em produtos básicos, de menor valor agregado. Três deles, soja, petróleo e minério de ferro, responderam por 80% de todo o volume embarcado para os chineses.

Com uma alta de 13,8%, as exportações de soja somaram US$ 23,1 bilhões, com uma participação de 46% do total exportado. As receitas com o petróleo somaram US$ 8,7 bilhões (+7,93) equivalentes a uma fatia de 17% das exportações brasileiras para o mercado chinês. O terceiro item mais relevante da pauta exportadora, os minérios de ferro, registraram receita de US$ 8,3 bilhões, com uma queda de -6,67% e participação de 17%.

Outro destaque nas vendas para a China foi a carne bovina, apesar da retração de -29% nas importações, causada pelo embargo decretado pelo governo chinês devido a um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como “vaca louca” registrado em fevereiro, na cidade de Marabá (PA). As importações chinesas totalizaram US$ 2,6 bilhões.

Também merece destaque a exportação de celulose, com uma variação de +26,4% para US$ 1,83 bilhão, com uma participação de 3,7% no volume total embarcado para o país asiático.

Vendas chinesas: só manufaturados

Ao contrário das exportações brasileiras, fortemente concentradas em commodities, as vendas chinesas para o Brasil envolvem exclusivamente produtos industrializados. De janeiro a junho, os principais bens embarcados pelas empresas chinesas foram válvulas e tubos termiônicas (US$ 2,9 bilhões); equipamentos de telecomunicações (US$ 1,65 bilhão); composto organo-inorgânicos (US$ 1,5 bilhão); demais produtos da indústria de transformação (US$ 1,26 bilhão); O último item das exportações chinesas é máquinas e aparelhos elétricos (US$ 756 milhões).

Tags: