Brasília (ComexdoBrasil) – A cooperação brasileira para o desenvolvimento de uma indústria leiteira foi o principal tema abordado durante o encontro do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Argélia, Mourad Medelci, segunda-feira (19). Segundo o ministro Medelci, os argelinos produzem apenas 50% do leite que consomem por ano e a ajuda do Brasil seria fundamental para o processo de redução dessa dependência. “No âmbito desses esforços, a cooperação com o Brasil é extremamente importante”, afirmou Medelci.
Rossi sugeriu uma parceria entre o governo do país africano e a Embrapa Gado de Leite, que, no Brasil, detém experiência com pesquisas e transferência de tecnologias que melhoram a qualidade do leite e aumento da produção. Também a Universidade Federal de Viçosa está desenvolvendo programa de colaboração com os argelinos.
Grande produtor e exportador de tâmaras, cítricos, produtos de peixe e carne de carneiro, a Argélia se destaca também pela produção de matérias-primas para fertilizantes, produtos dos quais o Brasil ainda é dependente. “Somos economias complementares”, destacou o ministro Rossi, que sugeriu a troca de experiências também nesse setor, com intercâmbio de técnicos.
O combate à desertificação é mais uma área de interesse da Argélia e, de acordo com Medelci, a experiência do Brasil em reflorestamento pode ser uma nova frente de contribuição com o continente africano.
Nessa mesma linha, o ministro brasileiro enfatizou os avanços na produção e conservação de produtos naturais e disse ao argelino que, em 2010, as safras de grãos e cana-de-açúcar serão recordes sem necessidade de aumento na área. “Ao mesmo tempo em que avançamos na produção, estamos avançando nas políticas conservacionistas”, disse o ministro.
Comércio
No continente africano, a Argélia é o segundo maior importador de produtos agropecuários brasileiros, atrás apenas do Egito. No primeiro semestre de 2010, importou US$ 300,4 milhões. O valor é 3,5% a mais do que o Brasil exportou no mesmo período do ano passado, US$ 290,3 milhões. Os principais itens enviados aos argelinos foram açúcar em bruto (US$ 187,4 milhões), carne bovina in natura (US$ 69,8 milhões) e óleo de soja (US$ 24,2 milhões).
Fonte: Assessoria de Imprensa do Mapa