Foto: Joédson Alves - Agência Brasil

Brasil não cederá nas compras governamentais em negociação com UE, diz Lula

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Rio de Janeiro (RJ) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na terça- (27) que o Brasil já informou à União Europeia (UE) que não renuncia à questão das compras governamentais no âmbito das negociações do acordo entre o bloco europeu e o Mercosul.

A UE defende que empresas de membros dos dois blocos possam participar em pé de igualdade em licitações governamentais em todos os países pertencentes ao acordo, mas Lula ressaltou que não deseja permitir a medida, pois as licitações podem beneficiar o crescimento de pequenas e médias empresas nacionais e a concorrência europeia traria dificuldades a elas.

“No acordo entre o Mercosul e a União Europeia, não renunciarei às compras governamentais porque é através delas que vamos permitir que as pequenas e médias empresas cresçam”, afirmou em declarações em sua live semanal Conversa com o Presidente.

Os princípios básicos do acordo comercial Mercosul-UE foram fechados em 2019 depois de 20 anos de negociações, mas o documento ainda deve ser ratificado pelos parlamentos dos países signatários e ainda há vários pontos de discordância, entre eles, além de exigências de compromissos com o meio ambiente por parte da UE, consideradas demasiadamente severas pelos países do Mercosul.

A questão afeta o prazo para finalizar o acordo, visto que Lula tinha prometido concluí-lo antes de terminar a presidência temporária do Brasil à frente do bloco, integrado também por Argentina, Paraguai e Uruguai, em 6 de dezembro próximo.

Na segunda-feira (26), o presidente Santiago Peña, do Paraguai, país que assumirá a liderança do Mercosul depois do Brasil, disse que se Lula não fechar o acordo, interromperá as negociações.

(*) Com informações da Agência Xinhua

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