Brasil aumenta em 5% superávit com a China e saldo no 1º semestre é de US$ 5,371 bilhões

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Da Redação

Brasília –  Mesmo com a desaceleração do ritmo do crescimento da China, o superávit obtido pelo Brasil com o país asiático nos seis primeiros meses do ano registrou um crescimento de 5% se comparado com igual período do ano passado, totalizando US$ 5,371 bilhão. Em 2012, a balança comercial entre os dois países foi favorável ao Brasil no montante de US$ 5,096 bilhões. No primeiro semestre, a China foi o único dos grandes parceiros com o qual o Brasil alcançou superávit em seu comércio bilateral. Outros, como os Estados Unidos e a União Europeia, fecharam o semestre com expressivos saldos nas trocas com o Brasil.

No primeiro semestre deste ano, as exportações brasileiras para a China atingiram a cifra de US$ 22,956 bilhões, enquanto as vendas chinesas para o Brasil totalizaram US$ 17,584 bilhões. Em 2012, o intercâmbio bilateral fechou favorável ao Brasil com um saldo de US$ 6,976 bilhões. No ano anterior, o superávit brasileiro somou US$ 5,3 bilhões.

A exemplo do que vem acontecendo nos últimos anos, também no primeiro semestre deste ano a pauta exportadora brasileira para a China esteve concentrada em três produtos principais: soja em grãos, minério de ferro e petróleo.

De janeiro a junho, as exportações de soja para o mercado chinês deram um salto de 25% e contribuíram de forma decisiva para o saldo obtido pelo País no comércio bilateral. Apenas no primeiro trimestre as exportações da oleaginosa para o país asiático geraram receita de US$ 9 bilhões, com um salto impressionante se comparados com um total de pouco mais de US$ 1,7 bilhão vendido aos chineses nos três primeiros meses do ano.

O minério de ferro, segundo produto mais importante na pauta exportadora para a China, teve desempenho bem mais modesto. No primeiro semestre, as vendas do produto geraram uma receita de US$ 1,613 bilhão, contra US$ 2,158 bilhões em igual período de 2012, com uma queda da ordem de 25%.

Outros produtos que contribuíram para o saldo obtido na balança comercial com os chineses foram celulose (aumento de 18% de janeiro a junho, em comparação com igual período do ano passado) e açúcar (com um salto de impressionantes 156% nas exportações para a China).

Apesar do aumento de 5% no superávit nos seis primeiros meses do ano, especialistas em comércio exterior acreditam que dificilmente ao fim deste ano a balança comercial com os chineses venha a repetir o resultado de 2012, quando o Brasil obteve um superávit de US$ 6,976 bilhões.

Segundo José Augusto de Castro (presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil), “não se pode descartar o agravamento do quadro até o fim do ano. Até o mês de agosto, o Brasil já terá exportado para a China toda produção da safra atual de soja e, com isso, no segundo semestre, a oleaginosa deixará de contribuir forma tão decisiva na formação do saldo positivo, como aconteceu nos seis primeiros meses do ano”.

Com o fim da elevação das receitas obtidas com as exportações de soja, e expectativas limitadas de aumento das vendas de petróleo, o Brasil passa a depender principalmente das exportações de outra commodity, o minério de ferroa, para sustentar um saldo positivo no intercâmbio com os chineses.

E também em relação a esse produto as expectativas não são animadoras. De um lado, o volume a ser exportado a partir deste mês de julho e em todo o semestre poderá ser afetado por dois fatores. O primeiro deles, a redução do ritmo de crescimento da economia chinesa. Semana passada, em Washington, o ministro das Finanças da China, Lou Jiwei, declarou que a segunda maior economia do planeta poderá crescer este ano a uma taxa de 7%, contra 7,7% registrados no primeiro trimestre do ano e 8,1% no primeiro trimestre do ano passado. Se isso vier a acontecer, as importações de minério de ferro certamente serão impactadas.

Além de uma hipotética queda no volume, as exportações também poderão ser afetadas pela redução no preço internacional do produto. Semana passada, o minério de ferro chegou a ser negociado a US$ 110 a tonelada e se a previsão do ministro Jiwei se concretizar, é quase certo que as cotações internacionais do minério acompanhem essa queda ou se reduzam de forma ainda mais acentuada.

De toda forma, apesar de a pauta exportadora brasileira para a China continuar cada vez mais concentrada em produtos primários e que, em contrapartida as vendas chinesas sejam predominantemente de produtos manufaturados de alto valor agregado, a China é o único grande parceiro com quem o Brasil obtém superávit em seu comércio bilateral.

Os Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial do País, poderão fechar o ano de 2013 com um superávit histórico no intercâmbio com o Brasil. Outro parceiro importante, a União Europeia também registrará este ano um importante saldo no comércio bilateral com os brasileiros, após acumular saldos negativos relevantes nos últimos anos. Finalmente, a Argentina, individualmente o terceiro principal parceiro comercial do Brasil, este ano também deixará de proporcionar ao País saldos positivos tão elevados quanto aqueles registrados nos últimos anos.

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