Brasil acumula déficit de US$ 2,527 bilhões no comércio com a China  de janeiro a abril

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Da Redação

Brasília –  As exportações brasileiras para a China acumulam no primeiro quadrimestre do ano uma forte queda de 31,59% e apesar de as vendas chinesas para o Brasil também terem se retraído no período, ainda que num ritmo bem mais suave de apenas -4,03%, a balança comercial entre os dois países tem um superávit chinês de US$ 2,527 bilhões. Em todo o ano passado, as trocas entre os dois países proporcionou à China um saldo de US$ 3.273 bilhões.

As fortes quedas nos preços da soja e do minério de ferro, dois dos principais itens da pauta exportadora para a China, fizeram com que pela primeira vez desde 2008 o Brasil amargasse déficit no comércio com os chineses no primeiro quadrimestre do ano. De janeiro a abril, as exportações brasileiras totalizaram US$ 9,625 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 12,152 bilhões.

A perda de receitas com as exportações para a China se deve não apenas à retração nos volumes exportados mas também às fortes quedas nos preços internacionais de produtos como o minério de ferro e a soja em grãos. No caso da soja, também contribui para a queda na receita o ritmo lento nas compras da soja  brasileira pelos importadores chineses. Até o  mês de abril, a China importou apenas 10 milhões de toneladas da soja brasileira, no total de US$ 3,92 bilhões, 42% inferior ao total de US$ 6,7 bilhões  importado nos quatro primeiros meses de 2014.

A tendência é de que a partir deste mês de maio as importações cresçam a um ritmo mais veloz mas nem por isso suficiente para aumentar a receita na mesma proporção. É que este ano os preços internacionais da oleaginosa estão num patamar bastante inferior àqueles praticados no ano passado.

Em relação ao minério de ferro, de janeiro a abril de 2014 as importações chinesas geraram receita no valor de US$ 4,5 bilhões. Este ano, em igual período e com um volume importado inferior em apenas 2,4% ao total adquirido no ano passado, a receita auferida pelo Brasil ficou em torno de apenas US$ 2,1 bilhões.

E o déficit nas trocas com os chineses só não foi maior porque este ano a China aumentou em 101,92% as importações de petróleo brasileiro, com uma receita de US$ 1,330 bilhão, contra US$ 659 milhões comprados do Brasil de janeiro a abril de 2014. Também aumentaram em 8,99% para US$ 481 milhões as vendas brasileiras de pasta química de madeira e as importações de outros açucares de cana, que totalizaram US$ 242 milhões, contra US$  212 milhões adquiridos do Brasil em 2014.

Também merece registro o aumento de 12,76% nas exportações de pedaços e miudezas de galos, galinhas congelados, que totalizaram US$ 179 milhões, contra US$ 158 milhões comprados pelos chineses nos quatro primeiros meses do ano passado.

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