Brasília – O Banco do Brasil e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) formalizaram nesta quinta-feira, 16, uma Carta de Intenções para a realização de um estudo de Risco Climático, com o objetivo de investigar as potenciais perdas para a carteira de crédito agrícola, decorrentes das alterações climáticas atuais e futuras, como secas e enchentes.
O projeto será financiado pelo Fundo Multilateral de Investimentos do BID em parceria com Fundo de Desenvolvimento Nórdico (NDF), por meio da estrutura de financiamento PROADAPT, criada com o objetivo de pilotar e apoiar o desenvolvimento de novas e inovadoras metodologias, ferramentas e modelos de negócios para ajudar as micro, pequenas e médias empresas na América Latina e no Caribe a aumentar sua resiliência climática e aproveitar as oportunidades de negócios relacionadas.
Neste primeiro momento, o estudo terá como foco a região do semiárido nordestino, caracterizada por uma alta taxa de pobreza e desigualdade e sua frequente exposição aos riscos climáticos. A região já possui um conjunto de tecnologias e investimentos resilientes já desenvolvidos e testados para o setor da agricultura, disponíveis para estudo no Banco de Tecnologias da Fundação Banco do Brasil e também pelo projeto ProAdapta Sertão, financiado pelo Fundo Multilateral de Investimentos do BID.
A elaboração da ferramenta incluirá a coleta e análise de dados históricos e resultados da carteira de crédito de instituições financeiras correlacionando-os com o histórico climático (temperatura, regime pluviométrico e eventos climáticos isolados). Uma vez desenvolvida esta ferramenta de análise, será possível que as instituições financeiras incluam a análise de risco climático em suas políticas de crédito, melhorando assim a avaliação das práticas agrícolas (culturas/cultivares) e de pecuária (espécies/raças), épocas de plantios e técnicas de cultivo mais adaptadas a cada região.
Para Carlos Netto, diretor de estratégia e organização do Banco do Brasil, “sustentabilidade é tema estratégico para o futuro dos negócios do BB e a parceria com o BID demonstra nosso cuidado com o tema e visão de futuro.”
Na opinião de Marco Túlio Moraes da Costa, diretor de agronegócios do BB, “a parceria com BID permitirá aprimorar processo de obtenção de dados e informações com potencial para apoiar a decisão na concessão de crédito. O desenvolvimento de estudos dessa natureza reforça a política de responsabilidade socioambiental do Banco, no que tange a mudança do clima, com ênfase na agricultura familiar, reduzindo riscos para nossos clientes e apoiando a identificação de oportunidades de negócios decorrentes. A partir desse esforço inicial, será possível replicar a metodologia para outras regiões do País.”
Já Hugo Flórez Timorán, representante do BID no Brasil, completa que o desenvolvimento desta ferramenta inovadora “permitirá que instituições financeiras possam avaliar corretamente o risco climático de suas carteiras, abrindo espaço para o desenvolvimento e valorização de tecnologias e práticas climaticamente inteligentes que sejam capazes de mitigá-los. Este estudo contribuirá para a promoção de investimentos climaticamente resilientes no setor agrícola do Brasil e da América latina e Caribe”.
(*) Com informações do BB